O metano liberado pela pecuária, principalmente em forma de arrotos, representa uma das maiores fontes de emissões de gases de efeito estufa, vilões do aquecimento global. Em todo o mundo, a pecuária é responsável por cerca de 14,5% das emissões totais, sendo o metano a maior contribuição. Em todo o mundo, cientistas têm buscado soluções para reduzir esse impacto.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Davis, divulgaram nesta semana um estudo promissor que revela que a adição de algas marinhas à dieta de gado de pasto pode reduzir em até 40% as emissões de metano, um potente gás de efeito estufa, sem comprometer a saúde ou o peso dos animais.
O estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, é o primeiro a testar a eficácia da alga marinha em gado de pastagem. Estudos anteriores já haviam demonstrado efeitos positivos dessa introdução alimentar na criação leiteira e de confinamento.
Na pesquisa, realizada no estado de Montana, nos Estados Unidos, 24 bois (das raças Angus e Wagyu) foram divididos em dois grupos: um grupo recebeu a suplementação de alga em forma de pequenos cilindros (pellets), enquanto o outro não. Após 10 semanas, os resultados mostraram uma redução significativa das emissões de metano no grupo que consumiu a alga.
Os pesquisadores consideram o achado relevante, visto que o gado de pasto tende a produzir mais metano que os confinados, devido à dieta rica em fibras. Apesar disso, alertam que a implementação da solução em larga escala pode ser desafiadora, já que o gado de pasto muitas vezes passa longos períodos distante das propriedades, dificultando a suplementação regular.
Ainda assim, eles sugerem que a solução seja incluída como parte da ração ou como blocos de petisco, que os animais possam consumir voluntariamente. “Precisamos tornar esse aditivo mais acessível para gado de pastagem e, assim, tornar a pecuária mais sustentável sem comprometer a produção de carne, atendendo à crescente demanda global”, afirmou Ermias Kebreab, principal autor do estudo.
Em conjunto com outra pesquisa publicada na mesma edição da PNAS, que defende o aprimoramento da produção pecuária em países de baixa e média renda, a alga marinha aparece como uma das alternativas mais promissoras para alcançar algum equilíbrio entre a produção de carne e a redução de emissões de gases de efeito estufa.
Fonte: Um só Planeta.
Foto: Pixabay.
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