Lema “É hora da restauração das zonas úmidas” promove conservação dos ecossistemas mais ricos do planeta que captam carbono até 55 vezes mais rápido do que as florestas tropicais.
Ontem, 2 de fevereiro foi o Dia Mundial das Zonas Úmidas. Uma série de eventos ocorreu em todo o mundo para aumentar a consciência pública para conter o ritmo de perda, que em ambientes costeiros poderá atingir entre 20% e 90% até o final deste século.
Deterioração acelerada
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, estima que 90% destes ecossistemas complexos foram degradados desde o século 18. Somente entre 1970 e 2015, a deterioração acelerada das áreas úmidas chegou a 35%.
A Fundação Amazônia Sustentável, do Brasil, atua em favor destes ambientes e foi premiada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, por ações ambientais em mais de 580 comunidades.
O superintendente-geral Virgílio Viana, disse à ONU News, de Manaus, que aliar o conhecimento tradicional ao científico é benéfico para proteger estas áreas essenciais para a biodiversidade, manutenção dos peixes e purificação da água.
“Aqui na Amazônia, a Fundação Amazônia Sustentável desenvolve trabalhos com as populações tradicionais e os povos indígenas que vivem nestas áreas. A mensagem que eu compartilho nesse dia, e que faz referência às áreas úmidas, é uma mensagem sobre a importância de mesclar o conhecimento tradicional dos povos que vivem nessas áreas com a ciência. E fazer com que essa ponte ideológica de conhecimentos possa ser a base de um processo participativo de caminhos para restaurar aquilo que foi degradado, quanto para conservar e proteger aquilo que ainda não está degradado. Nós temos nessa agenda de divulgação das áreas úmidas uma agenda estratégica para o futuro da humanidade, do Brasil, da Amazônia e, em particular, das populações tradicionais e dos povos indígenas que vivem nessas áreas.”
Riqueza de vida selvagem
Em 2023, a celebração acontece sob o lema “É hora da restauração das zonas úmidas”. Elas travam o impacto das enchentes e, além de limpar a água poluída, abrigam “processos ecológicos que contribuem com US$ 47,4 trilhões por ano para a saúde, felicidade e segurança humanas”.
As comemorações marcam a adoção da Convenção sobre Zonas Úmidas, em 1971, na cidade iraniana de Ramsar.
O Pnuma cita o papel das zonas úmidas com vegetação, como manguesais, pântanos e pantanais, como ecossistemas mais ricos em vida selvagem do planeta.
As águas rasas e a abundante vegetação sustentam uma variedade de espécies, incluindo insetos, aves e diversos mamíferos.
O ambiente complexo, que envolve lagos, rios e outros locais aquáticos, está em perigo devido à poluição ou degradação resultante das mudanças climáticas e do desenvolvimento humano.
Fonte: ONU News.
Foto: UNDP China/2018.