O influencer Agenor Tupinambá viralizou na internet com as imagens de seu relacionamento com a capivara Filomena. Mas o que parecia apenas a relação de um pet com seu dono gerou um debate nacional sobre analfabetismo ambiental, com uma grande confusão envolvendo uma parlamentar, fake news, multa e até decisão judicial.
O grande problema é que as capivaras são animais selvagens que não podem ser domesticados, de acordo com a legislação brasileira. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) não gostou da ideia e resolveu apreender Filó, além de emitir uma multa de R$ 17 mil para o influencer e obrigá-lo a apagar os vídeos com a capivara das redes sociais.
A deputada federal Joana Darc (União Brasil-AM) protestou e foi até a sede do órgão para verificar as condições do bicho, além de denunciar vacinas vencidas. No entanto, a entidade desmentiu a informação. Por enquanto, um juiz resolveu conceder a guarda provisória de Filó para Agenor enquanto o caso corre na justiça, mas casos como esses podem ser crimes ambientais.
Por isso, conheça cinco animais que os brasileiros criam ilegalmente como pets.
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Cágado
Os cágados são animais semiaquáticos que habitam os rios com águas calmas da América do Sul. A tartaruga-tigre-d’água, que tem detalhes verdes e amarelos no casco, é a única espécie autorizada pelo Ibama. O animal deve ser comprado com o certificado de origem de cativeiro e mantido em um aquaterrário equipado com luzes, termômetros e filtro d’água.
No entanto, é comum encontrar nas casas o cágado-de-barbicha, uma espécie que vive em diversas partes do Brasil. Por ser tranquilo e pacífico, acaba sendo adotado como pet, mas sua criação é totalmente ilegal.
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Papagaio-verdadeiro
Os papagaios-verdadeiros são aves presentes em todo o território brasileiro. Por sua habilidade de imitar a voz humana e beleza de suas cores, é criado como animal de estimação desde a chegada dos portugueses no Brasil.
No país, existem 74 estabelecimentos autorizados pelo Ibama a reproduzir a ave para o comércio. Contudo, a maior parte dos papagaios têm origem ilegal e “louro” foi o animal mais traficado durante 20 anos.
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Arara
A arara é um pássaro encontrado nas florestas nativas do Brasil em cores exuberantes. O animal pode ser adquirido como pet em criadouros registrados pelo Ibama, entretanto, boa parte da demanda é atendida pelo tráfico ilegal.
Quanto mais difícil de encontrar na natureza, maior é o preço da arara. As espécies proibidas de serem criadas em casa, como a arara-azul-grande, a ararinha-azul e a arara-azul-de-lear, estão ameaçadas extinção.
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Bicho-preguiça
Das seis espécies de bicho-preguiça que existem no mundo, cinco vivem no Brasil. O mamífero parece ser muito fofo e pode até dar vontade de levar para casa, mas ele é solitário e não gosta de conviver com outros animais, inclusive os seres humanos.
Para serem vendidos, os filhotes são separados de suas mães. Em cativeiro, o animal sofre de desnutrição e estresse e pode morrer em poucas semanas. A preguiça-de-coleira, que vive entre a Bahia e o Rio de Janeiro, sofre perigo de extinção.
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Macaco-prego
O macaco-prego era um dos primatas mais comuns da América do Sul, mas está em perigo de extinção devido ao tráfico ilegal e a destruição de sua habitat. O animal pode ser ensinado facilmente e, por isso, é procurado como pet.
O primata pode ser adquirido legalmente em criadouros autorizados, mas o procedimento regular chega a custar R$ 60 mil. Isso torna o animal silvestre vítima de atividades criminosas.
Fonte: Megacurioso.
Foto: Prefeitura de Maringá/Reprodução