Quando se pensa em terremotos, é mais comum associar o problema a outros países, como o terremoto de magnitude 9,0 que atingiu a costa nordeste do Japão e causou o desastre nuclear de Fukushima, em 2011. No entanto, os abalos sísmicos, mesmo que em menor intensidade, também são registrados em solo brasileiro. Para contar essa história (pouco conhecida) especialistas descrevem os 5 maiores terremotos que já aconteceram no Brasil.
Adiantamos que existe até um caso de morte por causa dos efeitos de um terremoto no país. O episódio ocorreu em 2007, no interior de Minas Gerais, em Itacarambi, e causou danos estruturais em mais de 70 casas, além de deixar seis pessoas feridas e causar o óbito de uma menina de 5 anos. Por isso, é considerado o maior terremoto da história do Brasil.
Os efeitos de destruição de um abalo sísmico não dependem apenas da magnitude, calculada através da escala Richter. Medida a partir da escala Mercalli, a intensidade também dá uma noção importante de como o terremoto será sentido. Outros fatores envolvem a profundidade e a proximidade do epicentro do tremor com cidades e construções.
5 maiores terremotos que já aconteceram no Brasil
A seguir, confira os 5 maiores terremotos que já aconteceram no Brasil, segundo análise de Bruno Collaço, cientista e sismólogo do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP).
Terremoto de Itacarambi, em Minas Gerais, no ano de 2007, com magnitude de 4,8. Como adiantamos, é o único caso de morte relacionada a um sismo no Brasil.
Terremoto de Pacajus, no Ceará, no ano de 1980, com magnitude de 5,2. Por causa deste abalo sísmico, muitas pessoas ficaram feridas e mais de 400 casas foram afetadas. Inclusive, foi sentido em Fortaleza;
Terremoto em João Câmara, no Rio Grande do Norte, no ano de 1986, com magnitude de 5,1. O sismo derrubou várias casas e foi associado a uma sequência de outros sismos, com dezenas de eventos no mesmo dia. Após o episódio, muitas pessoas deixaram o local por medo dos tremores, chegando até a vender suas casas e terrenos a preços baixíssimos;
Terremoto em Montes Claros, em Minas Gerais, no ano de 2012, com magnitude de 4,0. Desta vez, várias casas foram afetadas na região, sendo que algumas sofreram danos estruturais e foram classificadas como condenadas pela Defesa Civil. No total, mais de 10 bairros foram afetados;
Terremoto em Tubarão, em Santa Catarina, no ano de 1939, com magnitude de 5,9. O tremor de terra causou pequenas trincas e foi bastante sentido em Florianópolis devido à intensidade VI (o limite desta escala é XII).
Por que terremotos não são comuns no Brasil?
Se voltarmos até o primeiro exemplo mencionado do caso japonês, dá para se perguntar por qual motivo os terremotos não são tão “fortes” no Brasil. A resposta envolve a localização do país, que está na parte central da Placa Sul Americana. Aqui, é importante lembrar que eles só ocorrem por causa da movimentação e do contato entre as placas tectônicas.
“A borda Leste está no meio do Oceano Atlântico — formando a Dorsal Atlântica — e a borda Oeste, está na Costa do Chile, ou seja, estamos bem distantes das bordas”, explica o sismólogo Collaço.
De forma oposta, a grande maioria dos sismos que causam mais destruição ocorrem nas bordas das placas, uma região que não é ocupada pelo Brasil. Este é o caso de inúmeros países, como Chile, Japão e Indonésia, além de toda a região do Oceano Pacífico.
Terremotos na Cordilheira dos Andes?
Fora da lista de maiores terremotos que já aconteceram no Brasil, estão alguns sismos de magnitude 6,0 ou mais que ocorrem no Acre, próximo à fronteira com o Peru. Entre eles, está o terremoto de 6,6 que foi registrado em janeiro deste ano, por exemplo.
Esses tremores de terra são muito profundos, com mais de 300 km de profundidade, e podem até ser sentidos pela população, mas com intensidade baixa. Em outras palavras, não chegam a causar nenhum dano.
Além do poder baixo ou quase nulo de destruição, “estes eventos nem são considerados como sismos realmente brasileiros”, explica o cientista. “Obviamente, eles ocorrem sob o solo do Brasil, mas o mecanismo que gera esses eventos é a subducção da placa de Nazca sob a placa Sul Americana, ou seja, são típicos eventos dos Andes”, detalha.
“Os tremores típicos brasileiros, diferentemente dos do Acre [associados com a região da Cordilheira dos Andes], ocorrem até uns 5 km de profundidade, em geral até 1 km”, completa Collaço.
Fonte: Canaltech.
Foto: Dave Goudreau/Unsplash.
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