Enfrentar a poluição ambiental e o aquecimento global é um dos maiores desafios atuais quando falamos em consumo responsável. Afinal essas mudanças climáticas são consequência dos atuais padrões de produção e consumo e da intensa emissão de gases gerados por uma série de processos, como a queima de combustíveis fósseis e a produção agropecuária, que aceleram o efeito estufa, causando enorme prejuízo ao meio ambiente e afetando a qualidade de vida de bilhões de pessoas.
Além de cobrar governantes e pressionar empresas a adotarem políticas socioambientais responsáveis, saiba que você também pode contribuir no combate às mudanças climáticas, revendo alguns hábitos de consumo que podem ser facilmente aplicados no seu dia a dia, dentre os quais podemos citar:
- Deixe seu carro em casa e use o transporte coletivo. Além de economizar, lembre-se que o transporte individual motorizado a gasolina é o principal responsável pelas emissões dos gases de efeito estufa nas cidades e que assim você contribui para mitigar as mudanças climáticas.
- Abasteça o carro com etanol, caso seja inevitável utilizá-lo. O etanol de cana reduz em 73% as emissões de CO2, se usado em substituição à gasolina. Nos automóveis a diesel, por exemplo, o biodiesel é uma ótima alternativa.
- Ande a pé ou de bicicleta para realizar atividades cotidianas de curta e média distância. Não existe combustível mais limpo que a mobilidade ativa. Troque o carro pela caminhada, por exemplo, cinco vezes na semana, em um curto percurso (1,5 km no total de ida e volta), ao longo de uma vida, será evitada a emissão de uma quantidade de gases de efeito estufa (GEE) equivalente àquela emitida na produção de energia elétrica para uma residência por 41 anos!
- Reduza o consumo de eletricidade. A energia estacionária gera 29% das emissões da cidade. Revise as instalações elétricas da sua moradia, colocando lâmpadas mais econômicas e sensores que desligam as luzes quando o cômodo está desocupado. Nas casas, principalmente em regiões onde a luz do sol é constante, a energia solar pode substituir a elétrica por meio da instalação de um sistema simples, reduzindo a conta da luz e contribuindo na geração de energia com uma fonte renovável. Em cerca de três a cinco anos, a economia cobre o investimento.
- Reduza a geração de resíduos sólidos (lixo) e, sobretudo, sua destinação aos aterros sanitários, que geram 9% das emissões. Recuse embalagens de materiais não recicláveis, como plásticos e bandejas de isopor. O plástico é feito a partir do petróleo e no seu processo de fabricação emitem-se muitos gases nocivos, entre eles, os de efeito estufa. Portanto, não use, e recuse, sempre que possível, pratos, talheres e copos descartáveis. Busque optar por embalagens retornáveis e, ao mesmo tempo, promover sua reciclagem, essencial no combate às mudanças climáticas.
- Use produtos sustentáveis. Muitos cosméticos, alimentos e produtos de higiene têm suas matérias-primas extraídas por meio do desmatamento, além dos demais processos produtivos também emitirem gases tóxicos. Por isso, procurar o histórico das empresas e optar por aquelas que assumem compromisso com o meio ambiente é essencial.
- Diminua o consumo de carne e leite. A pecuária é responsável por boa parte das emissões de gases de efeito estufa. Isso porque o gado, no seu processo de digestão, e através do estrume, expele o metano, gás que é bem mais prejudicial à camada de ozônio do que o gás carbônico. O aumento da população mundial leva ao aumento também da produção bovina. Diante dessa realidade, é preciso procurar formas de alimentação que substituam a proteína da carne e do leite, para que seja possível reduzir seu consumo no dia a dia e, consequentemente, a necessidade de criação de gados em excesso.
É claro que iniciativas como as apontadas, para ganharem escala, requerem ações efetivas do poder público, como melhor transporte coletivo, ciclovias, calçadas qualificadas, campanhas educativas de gestão de resíduos e financiamento para a instalação de painéis solares.
Mas, enquanto isso não vem, elas geram um efeito educativo necessário para mudar as mentalidades e o modo de vida urbano, indispensável na mitigação da crise climática.
Fontes: Folha SP, Uol. IDEC, Ecycle, WWF.