Morreu aos 89 anos Robert Redford, um dos maiores nomes do cinema norte-americano e também um das celebridades defensoras do meio ambiente mais incansáveis do mundo. Ícone de Hollywood, fundador do festival de cinema de Sundance e vencedor do Oscar, Redford fez da fama um megafone para chamar atenção sobre a degradação ambiental e a crise climática, buscando mobilizar líderes e a sociedade pela defesa do planeta.
Engajado em questões ambientais há mais de quatro décadas, Redford atuou como membro do conselho do Natural Resources Defense Council (NRDC), criou o Redford Center para financiar documentários de impacto sobre meio ambiente e participou de inúmeras campanhas contra combustíveis fósseis e pela proteção de áreas naturais.
“Sou ator de formação, mas ativista por natureza. Sempre acreditei que precisamos encontrar o equilíbrio entre aquilo que desenvolvemos para nossa sobrevivência e aquilo que preservamos. A missão diante de nós é tão simples quanto desafiadora: salvar o mundo antes que seja tarde demais”, disse na abertura de um discurso histórico na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2015.
Para ele, a luta ambiental era uma responsabilidade coletiva e urgente. “Hoje já não podemos usar a ignorância como desculpa para a inação, porque é o julgamento esmagador da ciência que a mudança climática é real e resultado da atividade humana”, afirmou.
Na ocasião, Redford apelou diretamente aos dirigentes de Estado, lembrando que a janela para evitar o colapso climático era pequena. “Nosso tempo é curto e a margem entre o sucesso e o fracasso catastrófico é infelizmente muito fina. O momento para meias-medidas e para a negação climática acabou. Se não abandonarmos rapidamente os combustíveis fósseis, vamos destruir o ar que respiramos, a água que bebemos e a saúde de nossos filhos e netos.” Veja abaixo seu discurso na ONU:
Entre suas iniciativas, Redford foi responsável por reunir prefeitos de diferentes países para discutir os impactos climáticos em nível local, destacando a importância da ação descentralizada. Também defendeu com firmeza que apenas um acordo universal poderia mudar o rumo da história.
“Este é o nosso único planeta, nossa única fonte de vida. Pode ser nossa última chance. Os recursos do planeta são limitados, mas não há limite para a imaginação humana e nossa capacidade de resolver grandes problemas.”
Por sua atuação ambiental, recebeu inúmeros reconhecimentos, como o United Nations Global 500 Award, a Medalha Audubon, o Earth Day International Award e o Duke LEAF Award, que destacou seu papel em unir arte e ativismo em prol do meio ambiente.
“O movimento ambiental perdeu um gigante. Ninguém fez mais para lançar luz sobre as questões ambientais mais importantes, desde o início do movimento, nos anos 1970, até as atuais crises da biodiversidade e do clima. Devemos continuar a honrar sua visão no difícil cenário ambiental que enfrentamos hoje”, escreveu em comunicado Manish Bapna, presidente do NRDC.
Fonte: Um Só Planeta.
Foto: George Pimentel/Getty Images para Sundance.
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