Falta de ação climática pode causar milhões de mortes e prejuízos trilionários

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançou na terça-feira (09/12), em Nairóbi, no Quênia, a sétima edição do Panorama Ambiental Global (GEO7), documento que reúne a avaliação científica mais abrangente sobre a trajetória ambiental do planeta.

Transformações profundas e urgentes

Para reverter esse cenário, o GEO7 aponta a necessidade de mudanças estruturais em cinco sistemas centrais: finanças, economia, energia, materiais, alimentos e meio ambiente.

O cientista Robert Watson, co-presidente da avaliação, afirma que a transformação deve ser “sem precedentes, integrada e rápida”, exigindo participação de todos os setores da sociedade e de todos os ministérios — não apenas das pastas ambientais.

Segundo o relatório, as medidas propostas seriam capazes de evitar 9 milhões de mortes prematuras ligadas à poluição, retirar 200 milhões de pessoas da subnutrição e tirar 150 milhões da extrema pobreza.

No entanto, os investimentos necessários são elevados: cerca de US$ 8 trilhões por ano para alcançar emissões líquidas zero até 2050 e proteger a biodiversidade.

Custo da inação e benefícios econômicos

A diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen, alerta que o custo de não agir é ainda maior. As mudanças climáticas já devem reduzir 4% do PIB global até 2050, além de intensificar desastres que custam, em média, US$ 143 bilhões por ano.

Somam-se despesas relacionadas à saúde, como os US$ 8,1 trilhões perdidos em 2019 devido à poluição do ar e os US$ 1,5 trilhão anuais associados à exposição a substâncias tóxicas presentes em plásticos.

Para os cientistas, seguir o caminho proposto não é opcional, mas inevitável. Os benefícios econômicos se tornariam visíveis a partir de 2050, crescendo até gerar retornos de US$ 20 trilhões anuais em 2070.

O GEO7 recomenda, ainda, que países abandonem o PIB como único indicador de progresso, adotando métricas que incluam saúde humana, capital natural e avanços em economia circular.

O relatório reuniu 287 cientistas de 82 países e pretende orientar políticas após os compromissos assumidos na COP30, realizada em Belém.

Fonte: Olhar Digital.

Imagem: shutterstock/JAAL0221.

Seja o primeiro

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *