Apenas quatro entre os dezenove países do G20 — incluindo o Brasil, Argentina, Canadá e Rússia — terão uma pegada ecológica positiva até 2050. É o que mostra um estudo publicado em 9 de abril na revista Scientific Reports.
Essa análise é a primeira a prever a pegada ecológica de todas as nações do G20 ao longo dos próximos 30 anos. Os resultados alertam para a urgência de atividades econômicas e industriais que não esgotem recursos, destruam ecossistemas ou levem à extinção da vida selvagem.
Além da União Europeia e da União Africana, integram o G20 os seguintes dezenove países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.
O grupo nasceu em 1999, após uma sequência de crises econômicas que assolaram o mundo na década de 1990. A próxima Cúpula de Líderes do G20 ocorrerá no Rio de Janeiro e está agendada para os dias 18 e 19 de novembro de 2024.
“O G20 representa algumas das maiores economias do mundo, então prever qual impacto cada uma delas terá sobre o meio ambiente nos próximos 30 anos é fundamental para nos ajudar a entender como poderá ser o futuro de nosso planeta”, diz Lenny Koh, professora da Cadeira em Gestão de Operações na Universidade de Sheffield, em comunicado. “Também é fundamental para nos ajudar a entender que mudanças podem ser feitas agora para ter um impacto mais positivo sobre o meio ambiente nos próximos anos”, acrescenta.
Koh e colegas apresentaram um novo método para prever impactos ecológicos utilizando Inteligência Artificial (IA). Eles também usaram ferramentas sofisticadas de previsão, como ARIMA, Auto-ARIMA e Prophet.
Assim, a equipe coletou dados que ajudam a entender os padrões da pegada ecológica de cada país, como consumo per capita, biocapacidade per capita, área per capita, PIB per capita, uso de eletricidade per capita, emissões per capita e consumo de combustíveis fósseis per capita.
De todas as nações do G20, os pesquisadores preveem que o Brasil tenha a pegada ecológica per capita mais positiva até 2050. Isso ocorre, pois o nosso país faz uso menos intensivo de recursos em comparação com outros países.
Por outro lado, embora o Reino Unido esteja avaliado para ter uma pegada negativa, o modelo sugere que essa nação está no caminho para alcançar a maior redução de emissões de carbono no G20, graças às suas políticas climáticas rígidas.
“As implicações desses cuidados são profundas tanto para a política quanto para os esforços globais de sustentabilidade”, afirma Koh. “Existe uma urgência de políticas ambientais robustas que abordem efetivamente os desafios únicos enfrentados por diferentes países”.
Os pesquisadores recomendam uma abordagem integrada de políticas ambientais, incluindo a transição para fontes de energia sustentáveis, como solar e eólica, e a promoção da educação pública sobre sustentabilidade.
Assim, a melhor abordagem seria a combinação de estratégias econômicas, tecnológicas e sociais para promover um futuro verde. “Este estudo fornece uma previsão crítica que deve orientar pesquisas futuras, formulação de políticas e aplicações práticas em sustentabilidade ambiental. É imperativo que as nações do G20 colaborem para enfrentar esses desafios, concentrando-se em minimizar a escassez de recursos e aumentar a resiliência ecológica”, conclui a professora.
Fonte: Revista Galileu.
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