A capital da Índia vive uma crise de saúde pública associadas à poluição atmosférica. Entre 2022 e 2024, mais de 200 mil casos de doenças respiratórias agudas foram registrados em seis hospitais estatais de Delhi, segundo dados apresentados pelo governo federal. Mais de 30 mil pessoas precisaram ser hospitalizadas no período, em meio a semanas consecutivas de ar tóxico.
O Índice de Qualidade do Ar (AQI) da cidade tem alcançado níveis até 20 vezes superiores ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os problemas são: emissões industriais, escapamento de veículos, queda das temperaturas, baixa circulação de ventos e queima sazonal de restos agrícolas nos estados vizinhos. Na última quarta-feira de novembro (26), o AQI médio atingia cerca de 380, classificação que já representa risco.
Dados oficiais indicam que Delhi somou 67.054 casos respiratórios em 2022, 69.293 em 2023 e 68.411 em 2024 . “A análise sugere associação entre aumento da poluição e o maior número de pacientes nas emergências, mas não permite afirmar causalidade”, informou o governo, segundo a reportagem da BBC.
Hospitais relatam aumento expressivo de crianças com sintomas agravados pela baixa qualidade do ar. A Justiça local analisa, nesta semana, uma petição por medidas urgentes. A explosão de casos respiratórios em Delhi não é um problema exclusivo da Índia. Grandes capitais vivem ciclos semelhantes de poluição.
Lima (Peru)
Lima aparece repetidamente como uma das cidades mais poluídas das Américas, com níveis de PM2.5 acima dos padrões da OMS durante praticamente todo o ano. O problema combina frota veicular envelhecida, topografia que impede dispersão dos poluentes e expansão urbana desordenada. Estudos mostram picos fortes de bronquite, asma e internações infantis.
Santiago (Chile)
Santiago enfrenta todo ano uma “temporada crítica”, cuja origem é a inversão térmica que mantém poluentes próximos ao solo. O governo chileno adota medidas rígidas, como restrição de circulação por placa e paralisação temporária de indústrias. Em 2023, Santiago passou mais de 40 dias na faixa “muito ruim” ou “ruim” para saúde.
Cidade do México
México é um caso semelhante a Delhi: 20 milhões de habitantes, vales fechados e vento fraco. Já registrou AQI acima de 350, obrigando escolas a suspender aulas ao ar livre.
Pequim (China)
Pequim já viveu seu “Airpocalypse” em 2013, quando a cidade bateu AQI 755, nível considerado quase irrespirável. Nos últimos 10 anos, a cidade chinesa também um case internacional de recuperação, com estratégias como fechamento de termelétricas a carvão, migração massiva para energia limpa e frota elétrica. A China reduziu em cerca de 35% suas concentrações de PM2.5 em uma década.
Brasil
Brasília, São Paulo e Manaus aparecem frequentemente em relatórios do IQAir, IEMA e INMET como capitais que: enfrentam picos de poluição por queimadas e registram aumento de hospitalizações em períodos secos.
Em 2023 e 2024, Manaus chegou a registrar níveis de PM2.5 – piores que algumas capitais asiáticas durante momentos críticos. As queimadas na Amazônia são vilãs do processo. São Paulo já sofreu com episódios de ar extremamente seco, registrando picos de atendimentos por bronquite, rinite e crises de asma.
Fonte: Um Só Planeta.
Foto: Getty Images.


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