Com um fundo de R$ 8,8 milhões, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) vão financiar até quatro projetos voltados para restauração ecológica em unidades de conservação da Caatinga e suas áreas de influência em municípios com clima árido, com área mínima de 100 hectares cada.
Os grupos serão selecionados por meio de edital, terão um prazo de 48 meses para a execução e farão parte da frente “Caatinga Viva”, que é um braço de atuação do projeto Floresta Viva do BNDES.
A chamada pública para os editais será organizada pelo Fundo Brasileiro pela Diversidade (Funbio) pelo repasse dos recursos, sendo R$ 4,4 milhões do Fundo Socioambiental do BNDES e R$ 4,4 milhões do BNB, além de acompanhar as atividades e os resultados.
Áreas prioritárias
As áreas prioritárias são o interior e entorno de unidades de conservação em Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, desde que estejam dentro ou no entorno de unidades de conservação, além de municípios listados no edital. As áreas podem ser de preservação permanente (APP) e de reserva legal (RL) em imóveis rurais de até quatro módulos fiscais e em assentamentos de reforma agrária. Também podem participar territórios quilombolas, indígenas e de outras comunidades tradicionais.
Como participar
Para apresentar propostas, as instituições interessadas devem ser sem fins lucrativos e ter sido constituídas há pelo menos dois anos. Além disso, elas também precisam ter experiência em projetos de conservação, desenvolvimento sustentável ou recuperação de áreas degradadas.
As instituições poderão, ainda, apresentar parcerias com instituições que fortaleçam o projeto e demonstrem vantagem econômica e necessidade estratégica para a atuação em conjunto. O prazo final para envio das propostas é 21 de fevereiro de 2025.
Caatinga
A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, com uma biodiversidade única, que ocupa cerca de 10,1% do território nacional, lar de 27 milhões de brasileiros e que presta serviços ambientais relevantes.
O ecossistema se caracteriza por um clima semiárido, com longos períodos de estiagem e temperaturas médias elevadas. Isso levou ao surgimento de notável biodiversidade, adaptada às condições do bioma, onde se observa um significativo número de espécies endêmicas, que só existem lá.
A captura de carbono é um dos serviços mais relevantes prestados pelo bioma. A vegetação preservada da Caatinga absorve o CO2 da atmosfera com mais eficiência do que outras matas ou florestas úmidas, como a Amazônica, que podem ter períodos de fotossíntese com mais geração do que consumo de CO2. Dessa forma, a Caatinga funciona, em quase 100% do tempo, como um sumidouro de CO2, o que diminui o efeito estufa e ajuda na mitigação das mudanças climáticas.
O avanço do desmatamento vem causando impactos significativos no bioma. Estima-se que, pelo menos, 46% da área original da Caatinga já tenha sido desmatada. De acordo com dados do Mapbiomas, houve um aumento de dez vezes no tamanho das áreas desmatadas entre 2019 e 2022.
Fonte: Saiba Mais.
Foto: Divulgação.