Buraco de ozônio continua encolhendo em 2022, afirmam cientistas

A camada de ozônio forma um “escudo” protetor invisível sobre o planeta, absorvendo a perigosa radiação ultravioleta do Sol. Graças a medidas ambientais adotadas pelas nações de todo o mundo, finalmente temos uma boa notícia: o buraco nesse revestimento está encolhendo em 2022, continuando uma tendência dos últimos anos.

De acordo com a Nasa, o buraco anual de ozônio da Antártida atingiu uma área média de 23,2 milhões de km² entre 7 de setembro e 13 de outubro de 2022. Essa área foi ligeiramente menor do que no ano passado, quando o buraco atingiu um máximo de 24,8 milhões de km² – aproximadamente o tamanho da América do Norte – antes de começar a encolher em meados de outubro.

Ainda que a cratera na camada que reveste o planeta tenha sido em 2021 a 13º maior desde 1979, os cientistas notaram um progresso na diminuição do buraco na porção da estratosfera que nos protege dos raios ultravioleta.

“Vemos algumas oscilações à medida que as mudanças climáticas e outros fatores fazem os números oscilarem um pouco de dia para dia e de semana para semana”, afirma Paul Newman, cientista-chefe de ciências da Terra no Goddard Space Flight Center da Nasa, em comunicado. “Mas, no geral, vemos isso diminuindo nas últimas duas décadas”.

Para o especialista, a eliminação de substâncias que destroem a camada de ozônio através do Protocolo de Montreal está diminuindo o buraco. O tratado internacional que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1989 e que apresenta 197 Estados Partes, sendo o Brasil como um dos signatários, impõe a redução da produção e consumo das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (SDOs).

Quando o Sol polar nasce, os cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) fazem medições com um espectrofotômetro Dobson, um instrumento óptico que registra a quantidade total de ozônio entre a superfície e a borda do espaço.

A média global dessa quantia é de cerca de 300 unidades Dobson. Em 3 de outubro de 2022, os cientistas registraram um valor total mínimo de 101 unidades Dobson sobre o Polo Sul. Naquela ocasião, o ozônio estava quase completamente ausente em altitudes entre 14 e 21 quilômetros – um padrão muito semelhante ao de 2021.

Junto dos pesquisadores da NOAA, a Nasa detecta e mede o crescimento e a quebra do buraco de ozônio com instrumentos a bordo dos satélites Aura , Suomi NPP e NOAA- 20. Em 5 de outubro de 2022, esses satélites observaram um buraco máximo de ozônio em um único dia de 26,4 milhões de km², ainda assim um pouco maior do que no ano passado.

Apesar disso, os cientistas acreditam em uma diminuição do buraco. Embora preocupados com possíveis impactos estratosféricos da erupção de janeiro de 2022 do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, nenhum impacto direto do desastre foi detectado nos dados estratosféricos da Antártida, segundo a Nasa.

Fonte: Revista Galileu.

Foto: NASA Earth Observatory/Joshua Stevens.