Caminhar na natureza muda a percepção de tempo

Um novo estudo, publicado na revista científica The Journal of Environmental Psychology, mostrou que estar em contato com a natureza pode “desacelerar o tempo” e trazer benefícios para saúde.

Em um momento de transformação na sociedade, em que a vida urbana parece correr a jato e tudo parece estar acelerado, pesquisadores da Universidade de Turku, na Finlândia, e da Universidade Carleton, no Canadá, descobriram que a imersão no mundo natural pode nos proporcionar a sensação de que temos mais tempo.

A pesquisa comparou a percepção do tempo de pessoas em ambientes urbanos e naturais. Os resultados apontaram que o tempo parece se expandir em locais como campos, rodeados de árvores e natureza.

Em outras palavras, as pessoas estimam que uma caminhada no meio ambiente leva mais tempo do que uma na cidade.

“Quando alguém tenta aproveitar ao máximo seu tempo, gastá-lo em uma atividade agradável na natureza pode não apenas aumentar a saúde psicológica de várias maneiras, mas também pode dar a ilusão de ter passado mais tempo aproveitando a atividade do que realmente passou”, escreveram os autores do estudo.

O tempo muda?

Ainda que os voluntários da pesquisa percebessem tempo mais devagar quando em contato com o mundo natural, os cientistas a que avaliam e a duração real do tempo não se alterou.

Aqueles que se sentiram mais felizes após uma atividade física na natureza disseram que “o tempo voou”, mesmo tendo estimado que a caminhada havia durado mais tempo.

Os pesquisadores também sugerem que isso pode influenciar nossa percepção do passado e do futuro.

“A natureza nos ajuda a ver o quadro geral e priorizar nossas ações para que possamos atingir nossos objetivos de longo prazo, em vez de viver em um estado perpétuo de estresse”, explicou Ruth Ogden, professora de Psicologia do Tempo na Liverpool John Moores University, ao Daily Mail.

As descobertas reforçam a importância de passarmos tempo em contato com a natureza para nossa saúde mental e bem-estar.

Fonte: Terra

Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão.