Como estratégia para diminuir o impacto dos plásticos no meio ambiente, cientistas conseguiram converter óleo de cozinha em um tipo de plástico do tipo poliéster reciclável e degradável. Divulgado no site Live Science nesta segunda-feira (8), um estudo sobre o avanço científico foi publicado em novembro no periódico Journal of the American Chemical Society,
O estudo mostra que o material obtido não só imita o PE derivado de combustíveis fósseis, como também pode superá-lo em resistência e flexibilidade.
Esse tipo de resíduo surge em bilhões de galões todos os anos e, em geral, segue para destinos pouco eficientes. Diante disso, ao converter o óleo descartado em matéria-prima, a pesquisa propõe um uso mais inteligente para um recurso amplamente disponível. Além disso, os cientistas comprovaram que o novo plástico reciclável apresenta resistência e flexibilidade comparáveis às versões derivadas do petróleo.
Plástico reciclável e novos polímeros de alto desempenho
A busca por alternativas ao PE é urgente: sacolas, embalagens e tubos feitos do material são resistentes, baratos e versáteis, mas não se degradam nem são facilmente recicláveis, contribuindo para acúmulos em aterros e para a poluição oceânica.
Para competir com o polietileno, qualquer substituto precisa ser igualmente eficiente, durável e produzido a baixo custo — requisitos raramente alcançados até agora.
No processo apresentado, os pesquisadores transformaram componentes do óleo, como ácidos graxos e glicerol, em blocos químicos capazes de formar sete novos poliésteres, identificados como P1 a P7. Esses materiais atingiram desempenho semelhante ao polietileno de baixa densidade, comum em sacolas e embalagens. Em alguns testes, os resultados superaram as expectativas iniciais.
Embora o plástico convencional seja valorizado pela durabilidade e pelo baixo custo, ele também se acumula em aterros e ambientes naturais. Nesse cenário, o polímero reciclável desenvolvido no estudo surge como uma alternativa técnica viável, pois permite reaproveitamento sob condições mais brandas e facilita novos ciclos de uso.
Plástico reciclável com potencial de reaproveitamento ampliado
Outro destaque do trabalho aparece na versatilidade do material. Diferentemente do PE tradicional, os novos polímeros permitem decomposição, reutilização ou combinação com plásticos comuns. Além disso, versões ramificadas exibiram propriedades adesivas superiores às de colas comerciais disponíveis.
Em um dos testes mais emblemáticos, os pesquisadores aplicaram um adesivo derivado do processo para unir placas de aço inoxidável. A união apresentou paraça suficiente para puxar um sedã ladeira acima. Embora o experimento tenha caráter demonstrativo, ele ilustra o potencial funcional do plástico reciclável desenvolvido.
Alternativa sustentável ao polietileno tradicional
Ao explorar o óleo de cozinha usado como fonte química, a pesquisa reforça princípios da economia circular e amplia o debate sobre materiais sustentáveis. A substituição gradual de plásticos persistentes por alternativas reaproveitáveis pode reduzir impactos ambientais e estimular novas soluções industriais. Nesse contexto, o plástico reciclável deixa de ser apenas um conceito e passa a representar uma possibilidade concreta de inovação orientada ao futuro
Fontes: Olhar Digital, o Globo, Boa Notícia Brasil.
Imagem: New Africa/Shutterstock.


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