Crise do clima pode ser mais mortal que câncer em algumas regiões

“Se as emissões de carbono continuarem altas, o impacto das mudanças climáticas na saúde pode ser até duas vezes mais mortal do que o câncer em algumas partes do mundo”, diz um comunicado da ONU lançado nesta sexta-feira (4). A constatação se baseia em dados recém divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e pelo Laboratório de Impacto Climático.

O estudo usa como exemplo a cidade de Dhaka, capital de Bangladesh, onde as emissões são muito altas. Segundo o relatório, até 2100 as mortes relacionadas às mudanças climáticas podem ser duas vezes mais numerosas do que as ocasionadas por todos os tipos de câncer no país. Em comparação aos óbitos por acidentes de trânsito, a soma é dez vezes maior.

Em Faisalabad, no Paquistão, as mudanças climáticas podem ser responsáveis por 67 mortes a cada 100 mil habitantes (no período de um ano). Esse número é maior do que o de óbitos por derrame, a terceira principal causa de morte no país.

Disponível na plataforma Human Climate Horizons, o estudo também alerta para o aumento da desigualdade social em função da crise climática. O levantamento usa como base relatórios de desenvolvimento humano de 2020, 2021 e 2022, e diversas pesquisas.

Fonte: Revista Galileu.

Foto: Ahmed Hasan via Unsplash.