Desastre em Capitólio

Na ultima década, os dados oficiais, mostram que o Brasil esteve em 5º lugar no numero de vitimas associadas a eventos geológicos/geotécnicos, com mais de 41 milhões de pessoas afetadas e 42 eventos de grande magnitude registrados.

A região de Minas Gerais atualmente está recebendo grande volume de águas de chuva, fato que por si só já demanda um maior nível de atenção, dos órgãos competentes na esfera federal, estadual, municipal, quanto da população em geral. As condições extremas de chuvas, associadas a um período de grande visitação a regiões com potencial geoturístico, contribuem para o aumento de riscos naturais.

Riscos naturais associados com movimentos de massa são os eventos mais destrutivos e frequentes e em regiões montanhosas e em maciços rochosos. Um movimento de massa do tipo tombamento flexural pode ter sido a razão do acidente ocorrido em Capitólio – MG. No local do desastre aflora uma rocha denominada quartzito, que possui boa resistência a erosão, mas quando fraturada torna-se susceptível ao processo geológico do intemperismo e ruptura de talude. O fluxo das águas após as chuvas intensas nas fraturas verticais, combinada as fraturas horizontais, potencializou o tombamento dos blocos rochosos na área do desastre no Lago de Furnas.

Processos geológicos associados a movimentos de massa ocorrem há milhares de anos, mas são amplificados, tanto na ocorrência quanto na intensidade, nos períodos chuvosos. Fenômenos como inundações, deslizamentos, fluxo de detritos, entre outros, representam um desafio às capacidades dos governos, nas esferas federal, estadual e municipal, para responder antecipadamente, com rapidez e eficácia, aos problemas decorrentes dos seus efeitos a uma determinada região do país.

Essa tragédia expõe um grave problema relacionado com a gestão territorial em regiões de alto potencial geoturístico no Brasil, que é a ausência de laudos geológicos e geotécnico para tipificar os riscos geológicos dos locais a serem visitados, bem como determinar as restrições de uso e os procedimentos de segurança. Além disso, expõe que  a ausência de profissionais qualificados da área de Geociências nas prefeituras para conduzir estudos de avaliação dos estudos de avaliação dos lugares turísticos e monitoramento de áreas de riscos. São profissionais que poderiam avaliar restrições de uso e determinar procedimentos de segurança.

A indicação de obras de contramedidas e o monitoramento geotécnico aliados com a percepção de risco pela população são ações eficazes para mitigar o risco e prevenir desastres.

A SBG – Sociedade Brasileira de Geologia, “rechaça qualquer tentativa de negar a gravidade dos fatos e de impedir a apuração das responsabilidades por essa tragédia que poderia ter sido evitada”.

Fonte: SBG

 

 

Um comentário

  1. fabio said:

    esse último acidente grave.

    13/01/2022

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