Criado em 9 de agosto de 1995 pela ONU (Organização das Nações Unidas), o Dia Internacional dos Povos Indígenas reforça a importância da luta por direitos e condições dignas para os povos originários.
A data também nos faz refletir sobre nossa necessidade de aprender com a cultura e sabedoria ancestrais como viver em harmonia com a natureza de forma consciente e sustentável, sem destruir ou exigir mais do que ela pode oferecer.
Nos últimos 30 anos, a perda de vegetação nativa no Brasil foi de 69 milhões de hectares, mas somente 1,6% desse desmatamento aconteceu em áreas onde vivem os indígenas.
Ou seja, se não fossem os povos tradicionais, a situação do desmatamento no país poderia ser ainda pior. Mesmo vivendo sem o apoio do atual governo, com poucas políticas públicas aprovadas e respeitadas e sob constantes ameaças, não deixam de defender a vida: dos parentes e do planeta.
Os povos indígenas são parte do nosso passado, estão protegendo nosso presente e são fundamentais na construção do futuro. Por isso, temos que lutar junto com eles por um amanhã mais justo, harmonioso e saudável para todos.
Nesse Dia Internacional dos Povos Indígenas não poderíamos deixar de falar sobre uma das principais ameaças que existem hoje contra os povos originários do Brasil: o Marco Temporal.
Com esta tese perigosíssima, a bancada ruralista no Congresso Nacional e os setores ligados ao agronegócio querem estabelecer uma data a partir da qual um território pode ou não ser considerado terra indígena.
Essa ideia, que não encontra respaldo na legislação brasileira, está presente no Projeto de Lei 490/2007, que tramita na Câmara dos Deputados e no Supremo Tribunal Federal (STF), na forma de um julgamento que foi adiado em junho e ainda não tem previsão de voltar à pauta.
O Marco Temporal é inconstitucional, fragiliza direitos conquistados, destrói nossa política de demarcação de terras indígenas, ameaça a sobrevivência dos povos originários no Brasil, coloca em risco as florestas brasileiras e ameaça mais de 100 povos isolados!
Fontes: WWF, Greenpeace.