Um dia sem comer carne: esta é a proposta do “MeatOut Day” ou Dia Mundial sem Carne, datado nesta quarta-feira (20). Mas não só isso. Trazer luz ao debate sobre o sofrimento animal, prejuízos ambientais e sociais da indústria da carne e a adoção de hábitos mais saudáveis e sustentáveis também são objetivos do movimento que surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos.
No Brasil, cerca de 30 milhões de brasileiros (14%) são vegetarianos, segundo pesquisa de 2018 do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). Para chegar ao dado da pesquisa de 2018, o Ibope fez a seguinte pergunta aos entrevistados: “o quanto você concorda ou discorda: sou vegetariano”. O índice de 14% de vegetarianos foi obtido somando-se a porcentagem de quem disse que concorda totalmente (8%) e parcialmente (6%) com a frase.
De acordo com o Mapa Veg – iniciativa online que realiza um censo de vegetarianos e veganos no país por meio do cadastro no site – mostra a posição por estado no Brasil com o mais pessoas que não consomem carne:
1º São Paulo
2º Rio de Janeiro
3º Rio Grande do Sul
4º Minas Gerais
5º Paraná
6º Santa Catarina
7º Distrito Federal
O que é o Dia Mundial sem Carne
O “MeatOut Day” ou Dia Mundial sem Carne foi criado em 1985, nos Estados Unidos, por movimentos ambientalistas e de proteção animal e em protesto à proclamação da Semana Nacional da Carne por uma resolução do Senado dos EUA.
A data busca promover uma conversa questionando o consumo de produtos de origem animal em todo o mundo. O dia 20 de março, primeiro dia da primavera do hemisfério norte, foi escolhido como um símbolo de renovação e de virar uma nova página, como incentivo para as pessoas iniciarem a jornada pelo vegetarianismo.
Consumo de carne no mundo
De acordo com dados de 2020 da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o Brasil era o quinto país com maior consumo de carne per capita anual no mundo:
5º Brasil: 107 kg por ano por pessoa
4º Argentina: 117 kg por ano por pessoa
3º Espanha: 141 kg por ano por pessoa
2º Portugal: 149 kg por ano por pessoa
1º Estados Unidos: 149 kg por ano por pessoa
Já a The Good Food Institute Brasil (GFI Brasil), aponta que 67% dos brasileiros diminuíram o seu consumo de carne (bovina, suína, aves e peixes) em 2022.
O professor da Pós-Graduação de Economia da Universidade Católica de Brasília, Rafael Ferraz, afirma que o consumo de carne no Brasil caiu de 2020 a 2022 por conta do aumento dos preços do alimento.
“No período da pandemia e pós, houve um aumento muito grande no preço da carne em relação ao poder de compra do brasileiro, ou seja, os salários não aumentaram, mas os preços sim”, diz o economista.
De acordo com a pesquisa da GFI Brasil, a redução do consumo de carne ocorreu por dois motivos:
Aumento do preço da carne: 45%
Escolha própria – por motivos de saúde, preocupação com animais ou com o meio ambiente, motivos religiosos ou influência de familiares: 52%
Veganismo e Vegetarianismo
A Sociedade Vegetariana Brasileira diferencia os dois conceitos por conta de um ser um estilo de vida e o outro exercer mais influência na alimentação, no entano, o veganismo é um tipo de vegetarianismo:
Veganismo: movimento que busca, na medida do possível e do praticável, excluir todas as formas de exploração e crueldade contra os animais – seja na alimentação, no vestuário ou outras esferas do consumo.
Vegetarianismo: escolha alimentar na qual se tira os produtos de origem animal do prato.
No entanto, de acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira, há alguns tipos de vegetarianismo:
Ovolactovegetarianismo: Lactovegetarianismo: alimentação que não inclui nenhum tipo de carne e pode incluir leite e laticínios.
Ovovegetarianismo: alimentação que não inclui nenhum tipo de carne e pode incluir ovos.
Vegetarianismo estrito: alimentação que não inclui nenhum produto de origem animal.
Alimentação vegana: alimentação que não inclui nenhum tipo de produto/insumo de origem animal e nenhum deles poderá ter sido testado em animais.
Alimentação Plant Based: alimentação que não utiliza nenhum produto de origem animal (é 100% vegetal) e prioriza os alimentos mais naturais e íntegros (também conhecida como whole food plant based dieta) evitando o consumo de alimentos refinados e processados.
Flexitarianismo: Alimentação que propõe a redução do consumo de alimentos de origem animal priorizando os vegetais na rotina alimentar.
Fonte: G1.
Foto: Divulgação/Giro Vegano.