Estudo inédito nos EUA identifica compostos sanguíneos perigosos em humanos pela contaminação por PFAS

Quase 100% dos participantes de um novo estudo que analisa a contaminação dos PFAS “produtos químicos para sempre” na população do estado americano da Carolina do Norte apresentaram vários compostos perigosos em seu sangue. Por conta disso, os pesquisadores indicaram uma triagem médica. A coautora Jane Hoppin disse ao The Guardian, que na maioria dos casos, os níveis de PFAS foram muito mais altos do que a média nacional e os participantes ficaram “assustados” com os resultados.

A pesquisa é uma das maiores já realizadas e coletou cerca de 1.500 amostras de sangue de pessoas que vivem na bacia do rio Cape Fear – que nasce em Haywood, na Carolina do Norte – ao longo de vários anos. Além disso, é a primeira a recomendar o rastreamento de câncer, danos renais, doenças cardíacas e outros problemas de saúde relacionados aos PFAS, usando diretrizes médicas.

Os PFAS são uma classe de cerca de 12 mil compostos usados ​​para tornar os produtos resistentes à água, manchas e calor e estão ligados a uma série de problemas de saúde graves. Nos EUA, estima-se que contaminem a água potável de mais de 200 milhões de pessoas. Especificamente na bacia de Cape Fear, acredita-se que a poluição tenha origem em grande parte de uma fábrica de Fayetteville Chemours que a DuPont operou por décadas antes de 2015. Segundo especialistas, aeroportos, produtores têxteis e outras indústrias também despejaram os contaminantes no rio.

“Mas a peça-chave a ser lembrada é que o sangue está medindo o passado. As diretrizes dos médicos nos dão algumas coisas que podemos fazer para proteger nossa saúde e, tanto quanto possível, reduzir a exposição ao PFAS que temos atualmente”, destacou Hoppin.

Em comunicado ao The Guardian, a Chemours se retratou e disse que reduziu a poluição de PFAS no Cape Fear em mais de 99%: “Continuamos a operar com transparência e continuamos a cumprir nosso compromisso de reduzir as emissões de PFAS em 99%”.

Fonte: Um Só Planeta.

Foto: Getty Images.