Um estudo publicado nesta terça-feira (17) na revista Global Change Biology alertou que as mudanças climáticas podem reduzir a fauna e a flora da Caatinga — bioma exclusivamente brasileiro — em 90% até 2060. Os cientista reuniram mais de 438 mil registros de ocorrências para cerca de 3 mil espécies de plantas e 93 espécies de mamíferos para chegar à descoberta.
Como preservar a biodiversidade?
Esses mesmos dados também serviram de base a um estudo anterior publicado no periódico Journal of Ecology no último mês de junho. Os pesquisadores afirmam que as alterações do clima podem comprometer as interações das espécies, não apenas entre si, mas também com o ambiente.
Risco para a Caatinga
Outro alerta levantado pelos pesquisadores é que as mudanças climáticas podem levar a um processo de simplificação das comunidades biológicas: no caso da flora da Caatinga, a previsão é que a redução na variabilidade das espécies atinja 40% do território. O número sobe para 70% quando são os mamíferos colocados em pauta.
Os pesquisadores também apontam que o impacto das mudanças climáticas varia com o tamanho de corpo dos animais. Na maior parte (87%) das comunidades de mamíferos, a perda de espécies é pior nas de pequeno porte.
O estudo também estima que 93% do bioma experimentará substituição de plantas arbóreas por espécies de gramíneas, herbáceas e suculentas.
Efeitos das mudanças climáticas
A comunidade científica não esconde as preocupações em relação aos efeitos dessas aterações. Em agosto deste ano, um estudo sugeriu que as mudanças climáticas podem provocar 1 bilhão de mortes. A previsão foi baseada em uma revisão sistemática que considerou, no total, 180 artigos.
Em paralelo, um estudo realizado em conjunto pelas Universidade de Exeter, no Reino Unido, e de Campinas (Unicamp) apontou que o Brasil deve lembrar de proteger seus outros biomas para atingir metas climáticas.
Vale ressaltar, que existem efeitos surpreendentes relacionados às mudanças climáticas, que variam desde a perda de sono, doenças infecciosas, doenças neurológicas até aumento na incidência de relâmpagos e incêndios florestais.
Fonte: Canaltech.
imagem: Jaime Dantas/Unsplash.