Em poucas palavras, um buraco negro é uma espécie de abismo cósmico que suga para si tudo o que se aproxima – a uma determinada distância – dele.
Como falamos, nem mesmo a luz escapa de ser atraída por esses objetos. E é por isso que os buracos negros são, de fato, negros. E isso acontece por um motivo: a atração gravitacional desses corpos é extremamente forte.
Albert Einstein foi quem previu pela primeira vez a existência de buracos negros em 1916, mas foi somente em 1967 que o termo foi cunhado pelo astrônomo americano John Wheeler, e desde então se popularizou.
O termo se refere ao fato de que tudo que é atraído pela paraça da gravidade para um buraco negro fica preso “dentro” dele e parece desaparecer, tal como num buraco.
1 – O que é um buraco negro?
Um buraco negro é uma espécie de abismo cósmico que suga para si tudo o que se aproxima – a uma determinada distância – dele.
Nem mesmo a luz escapa de ser atraída por esses objetos. Por isso que os buracos negros são, de fato, negros.
E isso acontece porque a atração gravitacional desses corpos é extremamente forte.
2 – Quais são os tipos de buracos negros?
Existem três tipos catalogados pelos astrônomos: buracos negros estelares, buracos negros intermediários e buracos negros supermassivos.
Os buracos negros estelares são os menores. Eles são formados quando uma estrela massiva morre, numa explosão chamada de supernova. Geralmente têm uma massa (a quantidade de matéria de um objeto) entre 10 e 100 vezes maior que o Sol.
Já os intermediários – entre 100 e 100 mil vezes a massa do Sol – não são muito comuns. É tão difícil encontrá-los que alguns cientistas questionam se esses de fato existem. Mas no ano passado, um grupo pesquisadores apresentou um trabalho sobre a descoberta de um deles.
Por fim, os supermassivos habitam o centro da maioria das galáxias do Universo, e geralmente surgem após a formação de suas galáxias, engolindo tudo o que veem pela frente. Como o próprio nome sugere, eles são um dos objetos mais pesados do espaço, com massas que variam de milhões a bilhões de massas solares.
3 – Por que dizemos que os buracos negros desafiam as leis da física?
Quando qualquer objeto cruza o horizonte de eventos de um buraco negro, ou seja, a “borda” deles, ele não tem mais escapatória.
A gravidade é tão intensa nesse ponto que esse objeto passa por um processo conhecido como espaguetificação: ele é dilacerado pelo campo gravitacional do buraco negro num formato que lembra um espaguete, em formas finas e alongadas.
Isso acontece porque ao centro do buraco negro temos um ponto tão pequeno e massivo que sua densidade chega ao infinito, o que é algo inexplicável pela física e matemática atual.
Esse coração do buraco negro, chamado de singularidade, é onde o espaço e tempo deixam de existir como os conhecemos atualmente.
4- Quantos buracos negros existem no Universo? Quantos temos na Via Láctea?
Segundo o Space Telescope Science Institute, o centro científico de operações dos telescópios Hubble e James Webb, existem tantos buracos negros no Universo que é impossível contá-los.
É como contar os grãos de areia de uma praia. A conta é inimaginável. Para se ter ideia, os cientistas estimam que um buraco negro estelar nasce a cada segundo.
5 – Qual é o buraco negro mais distante já descoberto?
Segundo a Nasa, o buraco negro supermassivo mais distante já descoberto faz parte de um quasar chamado J0313-1806, um objeto tão luminoso quanto uma estrela, por isso chamado de “quase estelar”.
Ele está a 13 bilhões de anos-luz de distância da Terra e é cerca de 1,6 bilhão de vezes maior que o nosso Sol.
6 – O que há dentro de um buraco negro?
Esse é um dos grandes mistérios da ciência. Nas palavras da cientista Andrea Gehz – que investiga buracos negros e foi uma das vencedoras do Nobel de Física de 2020 pelo seu trabalho – ninguém sabe.
“Não temos nenhuma ideia do que há dentro do buraco negro – eles são o colapso do entendimento das leis da física”, declarou Gehz.
O astrofísico van den Eijnden explica que muitas coisas permanecem desconhecidas quando o assunto é buraco negro. Um campo de estudo ativo, por exemplo, é o que investiga o que acontece com um material quando ele cai num buraco negro: como é, quais são suas propriedades e por que parte desse material é lançado para o espaço na forma de jatos.
“De fato, esses processos que acontecem perto do horizonte de eventos são difíceis de observar e, portanto, pouco compreendidos”, observa o pesquisador.
7 – O que é o Sagittarius A* e onde ele está?
No ano passado, astrônomos revelaram a primeira imagem de um buraco negro no centro da galáxia: o Sagitário A*. E isso foi algo importante.
O Sgr A* é um buraco negro supermassivo, 4 milhões de vezes mais que o Sol, com um diâmetro ainda maior, cerca de 18 vezes mais que a nossa estrela
Ele está estacionado na constelação de Sagitário, que é visível nos hemisférios norte e sul (a constelação, não o buraco negro).
Sua descoberta foi revelada para a comunidade científica pelos astrônomos Bruce Balick e Robert L. Brown, nos anos 1970, inicialmente como uma fonte de rádio brilhante no centro da Via Láctea.
8 – A Terra pode ser engolida por um buraco negro? Seria o Sgr A* uma ameaça?
Os buracos não vagam por aí no espaço, engolindo tudo o que encontram pela frente.
A Nasa explica que, assim como outros objetos no espaço, eles seguem as leis da gravidade.
Por isso, a órbita de um teria que estar muito próxima do nosso sistema solar para afetar a vida aqui na Terra, o que não acontece, nem mesmo com o Sgr A*.
Por isso, ressalta Van den Eijnden, podemos estudar o que acontece nos arredores desse buraco negro de uma forma que não podemos observar em nenhum outro lugar do universo.
“Estudar buracos negros em geral nos permite estudar física nas circunstâncias mais extremas, que são tão extremas que não podemos recriá-las em um laboratório na Terra”.
Fonte: G1.
Foto: ESO/M. Kornmesse.