Poluição do ar aumenta o risco de hospitalização por doenças mentais ou físicas

A poluição do ar pode aumentar o risco de hospitalização por doenças mentais ou físicas. É o que mostra um novo estudo da University of St Andrews (Escócia). A informação vem da análise de pesquisas publicadas nos últimos 16 anos. Com base nisso, os pesquisadores querem implementar restrições ambientais mais rigorosas.

Ao todo, 202.237 pessoas fizeram parte da análise. Os autores analisaram sua saúde e as internações hospitalares por todas as causas (doenças cardiovasculares, respiratórias ou infecciosas; doenças mentais/transtornos comportamentais) e vinculados a níveis de quatro poluentes do tráfego rodoviário e da indústria:

Dióxido de nitrogênio (NO2)

Dióxido de enxofre (SO2)

Partículas com diâmetro de pelo menos 10 micrômetros (PM 10)

Partículas pequenas de 2,5 micrômetros ou menos (PM 2,5)

Com a análise, os cientistas descobriram que a exposição cumulativa média à poluição do ar foi fortemente associada a maiores taxas de internações hospitalares.

Por exemplo: a maior exposição cumulativa a NO2 , PM 10 e PM 2,5 foi associada a uma maior incidência de internações por doenças cardiovasculares, respiratórias e infecciosas.

Poluição leva ao aumento de internações

Já no que diz respeito à exposição cumulativa ao longo do tempo, a taxa de incidência de internações hospitalares por doenças respiratórias aumentou em pouco mais de 4% e pouco mais de 1%.

Enquanto isso, o dióxido de enxofre foi associado principalmente a internações hospitalares por doenças respiratórias. O dióxido de nitrogênio foi associado a um maior número de internações hospitalares por doenças mentais/distúrbios comportamentais.

Mas a própria equipe diz, em comunicado, que a “exposição à poluição do ar ambiente foi avaliada anualmente, em vez de mensalmente ou diariamente, mascarando assim as variações sazonais”. Mas, de modo geral, as descobertas ecoam aquelas de pesquisas publicadas anteriormente.

“Políticas e intervenções sobre poluição do ar por meio de regulamentações ambientais mais rigorosas, planejamento de longo prazo e a mudança para energia renovável podem eventualmente ajudar a aliviar a carga de cuidados hospitalares”, conclui a equipe.

Poluição e doenças

Com o passar do tempo, os estudos vêm mostrando a relação estreita entre o ar poluído e o desenvolvimento de determinadas doenças. Uma dessas pesquisas sugere que a poluição do ar pode ser uma das causas de Parkinson.

Tempo seco e poluição também aumentam risco de doenças respiratórias, como mostram os especialistas da InCor HCFMUSP. Outro ponto de alerta é que a poluição do ar piora a resistência a antibióticos.

Fonte: Canaltech.

Imagem: Stephen Andrews/Unsplash.

Laszlo Biro/Unsplash

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