Próxima extinção em massa pode estar mais próxima do que imaginamos

A história da vida na Terra é marcada por eventos de extinção em massa que moldaram a evolução das espécies ao longo de milhões de anos.

Cerca de cinco vezes, o planeta experimentou catástrofes biológicas que eliminaram a grande maioria das formas de vida em intervalos relativamente curtos.

O impacto mais notório ocorreu há 66 milhões de anos, quando um asteroide colidiu com a Terra, extinguindo os dinossauros e diversas outras espécies.

Cientistas alertam que a história não terminou e que estamos possivelmente vivendo uma sexta extinção em massa. Menos de um ano após metas globais de conservação da biodiversidade serem estabelecidas, elas já estão perto de falhar, aponta estudo.

Diferentemente das anteriores, essa é causada pelo crescimento descontrolado e pelo comportamento transformador da espécie humana, o Homo sapiens.

A perda acelerada de biodiversidade, causada por atividades humanas, como destruição de habitats e mudanças climáticas, está colocando ecossistemas inteiros em risco.

Um artigo publicado por Richard Cornford, biólogo do Imperial College de Londres e do Museu de História Natural britânico, e outros especialistas do Reino Unido revelou que os impactos ambientais em populações de animais podem levar até 45 anos de “atraso” até se revelarem. Isso significaria que os danos causados a elas hoje só se manifestarão, de fato, na década de 2060.

As consequências dessa sexta extinção podem ser imprevisíveis, e há temores de que a biosfera, a região habitável da Terra, possa entrar em um estado em que a sobrevivência humana seja desafiada.

As mudanças climáticas, o desmatamento e outras ações humanas estão levando à extinção de inúmeras espécies, e o ritmo é alarmante.

Mesmo se 30% do planeta estiver protegido até 2030, intervenções adicionais que mitiguem a exploração [de recursos naturais] serão necessárias para proteger adequadamente a biodiversidade e a contribuição da natureza para as pessoas,” alertam os pesquisadores.

O estudo demonstra ainda que espécies maiores são as que mais tendem a sentir os impactos ambientais com o atraso relatado. Por outro lado, pássaros e pequenos mamíferos já devem sofrê-los na próxima década.

Como as quedas populacionais de diversas espécies e até mesmo a extinção de muitas delas vai influenciar outros níveis da cadeia alimentar em diferentes regiões do globo ainda não está claro. Cornford e seus colegas chamam atenção para a necessidade de estudos urgentes neste aspecto.

Matemático prevê 6ª extinção em massa na Terra

Para o matemático Daniel Rothman do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a próxima pode estar mais perto do que imaginamos. Isso por conta dos acúmulos de carbono que, segundo o pesquisador, no quarto e no quinto evento interferiram no que aconteceu.

Correlação não é igual à causalidade, mas à luz de todas as outras evidências que existem sobre os perigos dos altos níveis de carbono, um padrão está emergindo. “Se tornou bem evidente que houve uma taxa de mudanças característica que o sistema não gostou de sofrer”, afirmou o pesquisador, em comunicado.

Biodiversidade

Os cientistas destacam que a biodiversidade pode se recuperar após a sexta extinção em massa, mas os vencedores desse processo são difíceis de prever.

A perda de gêneros inteiros de espécies afeta ecossistemas de maneira ampla, colocando em risco não apenas a diversidade genética, mas também serviços ecossistêmicos essenciais.

Essa análise ressalta a importância de compreender as lições do passado para enfrentar as ameaças atuais.

As transformações devastadoras causadas pela atividade humana estão alterando o planeta de maneiras que podem ter impactos duradouros, e a preservação da biodiversidade torna-se essencial para assegurar um futuro sustentável.

À medida que galhos inteiros da árvore da vida desaparecem, a humanidade enfrenta não apenas a perda de diversidade genética, mas também a possibilidade de prejudicar nosso próprio sucesso como espécie.

A sexta extinção em massa é um alerta para a necessidade urgente de ações drásticas a fim de preservar a vida na Terra e evitar consequências irreversíveis.

Fontes: Revista Galileu, Multiverso, Canaltech, CNN, Olhar Digital e Terra.

Imagem: Eclipse Chasers/Pexels.