Quais são as cinco maiores causas da perda de biodiversidade no planeta?

A biodiversidade, também chamada de diversidade biológica, é a variedade de microrganismos, plantas, animais e ecossistemas que habitam o planeta. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) explica que é possível identificar múltiplas interações entre seus membros (humanos, plantas ou animais).

Em resumo, a biodiversidade é a “soma do número total de indivíduos de todas as formas de vida do planeta”, explica Mario Ribeira de Moura, biólogo, ecologista e pesquisador brasileiro sobre os efeitos das mudanças globais na biodiversidade em um artigo da National Geographic Latin America.

Os cinco fatores que contribuem para a perda da biodiversidade terrestre são:
  1. A superexploração de recursos

Trata-se do uso excessivo de recursos naturais por meio de atividades humanas, como mineração ilegal, caça ilegal e pesca insustentável, como pontua um artigo da National Geographic  Espanha intitulado “Estas são as principais ameaças à biodiversidade e o que podemos fazer para combatê-las”. Estás questões podem levar à extinção de várias espécies, adverte.

Além disso, o comércio legal e ilegal tem um grande impacto em certos grupos de espécies de plantas, como cactos ou orquídeas, e em animais, como pássaros, diz a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), uma agência das Nações Unidas que busca contribuir para o desenvolvimento econômico da América Latina e do Caribe.

  1. A perda e degradação do habitat

Seja por modificação, fragmentação ou destruição, um habitat pode ser ameaçado de diferentes maneiras, aponta o artigo espanhol.

Ações como o desmatamento, a transformação de florestas, bem como a drenagem de zonas úmidas, são práticas que causam a redução total ou parcial de um ecossistema, acrescenta a Fundação Aquae (um centro de referência na promoção da educação, apoio à sustentabilidade e disseminação do conhecimento) em seu artigo “Causas da perda de biodiversidade”.

  1. A poluição do meio ambiente

A Fundação menciona ainda que ecossistemas podem sofrer distúrbios prejudiciais devido a poluentes, os quais podem existir no solo, no ar ou na água.

Esses distúrbios, acrescenta o artigo de NatGeo, são causados por atividades humanas, sejam elas poluentes químicos, poluição plástica ou o uso de pesticidas agrícolas. Eles podem ser prejudiciais não apenas à saúde e à sobrevivência das espécies, mas também aos habitats em que elas se encontram.

  1. A mudança climática

A crise climática é uma das maiores ameaças e pode até mesmo ser a principal causa da perda de biodiversidade, aponta o artigo espanhol.

Entre seus principais efeitos estão o aumento da temperatura, eventos climáticos extremos e alterações nos padrões de precipitação. Essas variáveis causadas pelas mudanças climáticas afetam os diversos ecossistemas e espécies, que não conseguem se adaptar às mudanças e, portanto, não sobrevivem.

Os fatores mencionados acima podem levar a consequências como a migração paraçada de muitas espécies devido à menor disponibilidade de recursos, à perda de habitats e à desestabilização da interação entre as espécies.

  1. A introdução de espécies exóticas invasoras

Esse tópico se refere a espécies introduzidas intencional ou acidentalmente, que se estabelecem e colonizam áreas que não são seus habitats naturais.

O ato faz com que a biodiversidade local seja afetada, causando o deslocamento de espécies nativas. Os motivos podem ser predação, parasitismo, modificação do habitat ou competição com espécies nativas, de acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

Já o artigo da National Geographic espanhola completa essa informação explicando que as espécies nativas competem com as espécies invasoras pelos recursos presentes. Além disso, elas podem causar a alteração de ciclos naturais, multiplicar doenças e, como gatilho, provocar a extinção de animais locais.

Quando é o Dia Internacional da Biodiversidade?

Para aumentar a conscientização sobre o assunto, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 22 de maio como o Dia Internacional da Diversidade Biológica. Essa data foi escolhida para comemorar a adoção da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD).

A convenção foi assinada por 150 líderes governamentais na Cúpula da Terra de 1992, no Rio de Janeiro (também conhecida como Eco 92), e tem três objetivos principais: conservar a diversidade biológica, usar de forma sustentável seus componentes e compartilhar de forma justa e equitativa os benefícios decorrentes do uso dos recursos genéticos.

Como a ONU corretamente aponta, é importante preservar a vasta biodiversidade do planeta, pois tanto os animais quanto os seres humanos dependem dela. Com ecossistemas saudáveis, há disponibilidade de água, alimentos e medicamentos, entre outros, reconhece a agência. Portanto, é necessário “respeitar, proteger e reparar nossa riqueza biológica”.

Fonte: National Geographic.

Foto: Saumya Khandelwal.