Sem impostos sobre bicicletas e com incentivos à energia limpa, Costa Rica acelera acordo para intercâmbio de bens e serviços “verdes”

Eliminar os impostos de bicicletas, criar incentivos para compra de painéis solares e turbinas eólicas, reduzir os subsídios aos combustíveis fósseis, estabelecer regras de rótulo ecológico e impulsionar as indústrias de carros elétricos. Essas são algumas das propostas do Acordo sobre Mudanças Climáticas, Comércio e Sustentabilidade (ACCTS), uma iniciativa da Costa Rica em parceria com outras cinco nações: Nova Zelândia, Fiji, Islândia, Noruega e Suíça. O esforço conjunto quer mitigar os efeitos da crise climática.

Segundo autoridades, trata-se de um tratado comercial único, que se concentraria em facilitar o intercâmbio de bens e serviços “verdes”. A proposta nasceu em 2019 e já passou por nove rodadas de negociação, mas foi deixada de lado durante a pandemia. Agora, entra em uma nova fase de aceleração, com a expectativa de ser assinada nos primeiros meses de 2023.

Na Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas em Nova York, a declaração inicial acrescentou o seguinte parágrafo: “A natureza do desafio da mudança climática exige que usemos todas as alavancas políticas à nossa disposição que apoiem a urgência de uma resposta significativa”. Uma décima rodada de negociação virtual está marcada para novembro e será confirmada a possibilidade de um encontro presencial para assiná-lo com possíveis novos parceiros, idealmente grandes economias.

Manuel Tovar, Ministro de Comércio Exterior da Costa Rica, disse ao El Pais que paralelamente às negociações mantém o radar aberto para olhar para novos parceiros no continente americano. “Tem sido um sucesso dos negociadores deixar em aberto a definição sobre os termos de bens ou serviços que ali entram, porque isso pode mudar. O mais importante é buscar o entendimento dos países com boas credenciais ambientais para dizer ao mundo que é possível criar um mercado ambientalmente responsável, que é possível conciliar o que parece irreconciliável”, destacou.

Localizado no centro da América Central, a Costa Rica é uma das regiões mais vulneráveis ​​aos efeitos das mudanças climáticas, apesar de gerar apenas 0,5% das emissões de gases de efeito estufa do mundo. Até então, assinou acordos comerciais com 10 países, mas nenhum com a pegada ambiental. “Nossa vontade é assiná-lo aqui no primeiro trimestre do ano para sair e dar uma mensagem forte ao mundo”, reconhece Tovar.

Segundo declarações feitas à imprensa pelo representante das empresas exportadoras, a indústria pareceu apoiar a iniciativa e começa a ver valor em negócios sustentáveis e que alavanquem a economia verde.

Fonte: Um Só Planeta.

Foto: Getty Images.