A usina de dessalinização irá mudar de lugar e ficar mais distante dos cabos submarinos da Praia do Futuro, em Fortaleza. A informação foi apurada com exclusividade pelo Diário do Nordeste e confirmada por fontes do setor de telecomunicações.
Uma dessas fontes indicou que a nova área continua situada na Praia do Futuro e fica a cerca de 550 metros do local anteriormente previsto, mas longe o suficiente para evitar danos aos cabos com o cruzamento de tubulações e trepidações.
“Resolve o problema porque não haverá cruzamento com os cabos. É uma distância curta, mas suficiente para evitar os danos”, disse.
Anteriormente, o governo estadual e a Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará (Cagece) já haviam anunciado um pequeno afastamento dos cabos, em relação ao projeto inicial, no ponto de captação da água.
Com esse deslocamento, toda a estrutura, inclusive a que fica em terra, seria distanciada do ponto dos cabos submarinos. Antes, “tinham alterado somente o trecho do mar. Agora o trecho terrestre também deve ser modificado”.
Outra fonte que possui familiaridade com o assunto também confirmou a mudança e afirmou que o governador Elmano de Freitas (PT) deve fazer um anúncio oficial da mudança de local, ainda sem data confirmada.
A reportagem já entrou em contato com a assessoria de comunicação do Gabinete do Governador, Cagece, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e TelComp (organização que representa mais de 70 empresas de telecomunicações), e aguarda os retornos.
Entenda o impasse
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A localização da Dessal entrou em discussão porque empresas de telecomunicações afirmam haver chances de impactos no hub de cabos de fibra óptica, cujo funcionamento leva conectividade para a África, Europa, América do Norte, América Central e América do Sul.
A alegação é de que, uma vez em funcionamento, a Dessal possa comprometer o funcionamento da Internet no Brasil.
Na época, a Anatel considerou que o primeiro afastamento de 500 metros sugerido pela Cagece não era suficiente “para afastar os riscos de erosão e perturbação da sedimentação do fundo do mar que podem ser causados pela implantação das tubulações do emissário e captação”.
Em outubro do ano passado, quando a discussão sobre a mudança da usina estava mais intensa, o presidente da Companhia de Água e Esgoto (Cagece), Neuri Freitas, afirmou que mudá-la de lugar custaria até R$ 201,5 milhões a mais aos cofres do Ceará.
Conforme Neuri, o investimento total do projeto é estimado em R$ 518, 6 milhões. No entanto, se a usina fosse para o Cumbuco, o valor subiria para R$ 720,1 milhões, enquanto na Sabiaguaba ficaria em R$ 656 milhões.
Fonte: Diário do Nordeste.
Foto: Divulgação Cagece.