Ao participar da celebração do aniversário de 75 anos da Organização Meteorológica Mundial, OMM, o secretário-geral da ONU afirmou que sem a agência não teria sido possível compreender o surgimento da “ameaça existencial das mudanças climáticas”.
António Guterres destacou a importância dos dados gerados pela OMM para salvar vidas e afirmou que este é um exemplo claro de como a ciência apoia a humanidade.
Aviso prévio reduz danos em 30%
O líder das Nações Unidas enfatizou que nenhum país está a salvo de incêndios, inundações, tempestades e ondas de calor, mas lembrou que existem soluções para ajudar as comunidades a se adaptarem à crise climática.
Para Guterres, os sistemas de alerta precoce são um excelente exemplo, pois não são uma “abstração” e sim algo que permite que famílias evacuem áreas de risco com segurança e protegem comunidades inteiras da devastação.
A ONU afirma que a mortalidade relacionada a desastres é pelo menos seis vezes menor em países com bons sistemas de alerta precoce em vigor. E apenas 24 horas de aviso prévio antes de um evento perigoso pode reduzir os danos em até 30%.
Mais de 60% dos países relatam já possuir sistemas de alerta precoce para múltiplos riscos e os países menos desenvolvidos quase dobraram sua capacidade desde o início dos relatórios oficiais.
Necessidade por aumento repentino de financiamento
O líder da ONU ressaltou que redes de observação, colaboração regional e capacidades de previsão estão se fortalecendo a cada ano. Além disso, avanços em tecnologia digital e inteligência artificial estão modernizando o compartilhamento de de dados e os alertas.
Ele enfatizou que alcançar todas as comunidades exige um aumento repentino de financiamento, mas muitos países em desenvolvimento estão bloqueados por um espaço fiscal limitado, crescimento lento, dívidas pesadas e riscos sistêmicos crescentes.
Guterres também fez um apelo para que os governos lidem com a origem do problema: um planeta em rápido aquecimento.
Expectativa com a COP30
Até a Conferência do Clima da ONU, no próximo mês, no Brasil, os países devem apresentar novos planos nacionais de ação climática que contribuam para limitar o aumento da temperatura global a 1,5C°.
Estes planos, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou NDCs, devem incluir compromissos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na próxima década.
O chefe das Nações Unidas afirmou que no Brasil, os líderes devem decidir um plano confiável para mobilizar US$ 1,3 trilhão, anualmente, em financiamento climático até 2035 para os países em desenvolvimento.
Ele também pediu que os países desenvolvidos honrem o compromisso de dobrar o financiamento para adaptação para pelo menos US$ 40 bilhões este ano.
Fonte: ONU News.
Foto: Unicef/Joy Adhikary.

Renegar a ciência é andar para trás.