Em um painel realizado na Itália pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) em 28 de junho, Elena Adams, engenheira da instituição, confirmou que a “ameaça de asteroides é real”. A fala faz referência às rochas espaciais que circulam “próximas” do planeta e que poderão futuramente entrar em rota de colisão com a atmosfera terrestre. Apesar disso, até o momento, a agência não previu nenhuma rocha espacial que represente perigo iminente ao planeta.
A especialista ainda revelou durante o encontro que os pesquisadores da Nasa já estão com projetos em andamento que têm como objetivo proteger o planeta das rochas espaciais. As informações são do site oficial da Embaixada e Consulados dos EUA na Itália.
Com vasta experiência na área, Elena Adams atuou como engenheira de sistemas da primeira missão de defesa planetária, conhecida como Double Asteroid Redirection Test (DART). O projeto foi realizado por meio de uma parceria entre a Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana.
O satélite da missão DART foi lançado com um foguete Falcon 9 da SpaceX em 23 de novembro de 2021, na Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia (EUA). A tecnologia foi programada para colidir com o pequeno asteroide Dimorphos, de 160 metros de diâmetro, entre setembro e outubro deste ano.
Apesar de o Dimorphos não estar em rota de colisão com a Terra, os cientistas querem realizar experimentos para testar se a tecnologia está apta para eventualmente desviar uma rocha espacial que possa cair na atmosfera terrestre.
Além da engenheira, outros especialistas no assunto estiveram presentes no painel, como Thomas Jones, ex-astronauta e presidente do Comitê da Associação de Exploradores Espaciais em Objetos Próximos à Terra. Jones comentou durante o evento que os desastres ocorridos com a colisão de um asteroide em Tunguska, na Sibéria, em 1908, serviram como aprendizado para que os cientistas, agências espaciais, governos e outras entidades se mobilizem para evitar que o episódio se repita.
O asteroide que caiu na Sibéria tinha cerca de 50 a 80 metros de diâmetro e seu impacto ocasionou a destruição de 2 mil quilômetros quadrados de floresta e a derrubada de 80 milhões de árvores. Como a região é inóspita, não houve vítimas.
Expectativas com a missão DART
Jones e outros pesquisadores pontuaram que o sucesso da missão DART poderá significar que a comunidade científica está no caminho certo para que consiga promover a defesa planetária.
Atualmente, o satélite do projeto está viajando a uma velocidade de 6,6 km/s e conta com um sistema de navegação totalmente autônomo. Antes da colisão com o asteroide, a Agência Espacial Italiana lançará o satélite Light Italian CubeSat para Imaging of Asteroids (LICIACube) para monitorar e medir os efeitos do impacto.
Os resultados do projeto ficarão disponíveis para cientistas de todo o mundo e os dados poderão auxiliar no planejamento de futuros projetos. Em outubro de 2024, a ESA pretende lançar a missão HERA, que coletará informações sobre os impactos do satélite DART no asteroide.
— Esta (DART) é uma missão importante porque é o primeiro passo para realmente entendermos como desviar um asteroide — enfatizou Ettore Perozzi, do Escritório de Consciência Situacional Espacial, da Agência Espacial Italiana, durante evento.
Fonte: GZH