Animais extintos voltam a aparecer na natureza: por que isso acontece?

A natureza possui uma incrível variedade de animais, já que milhares de espécies já passaram por este mundo e, infelizmente, acabaram sendo extintos, seja por conta do clima, da caça, da urbanização.

Há um grande movimento para que espécies em extinção sejam salvas, mas nem sempre é possível reverter esse processo. Porém, nos últimos anos, alguns animais que foram dados como extintos acabaram voltando, em uma quantidade consideravelmente segura.

A última vez que o rato-de-Gould (Pseudomys gouldii) havia sido avistado foi em 1895. Desde então, esse pequeno roedor característico da Austrália era tido como extinto. Mas, 125 anos depois, um grupo de pesquisadores do país redescobriu a espécie, desta vez numa pequena ilha da baía de Shark (oeste). Os especialistas estavam comparando o DNA de ratos expostos em museus londrinos e australianos com o de espécimes vivos. Descobriram que o animal até então identificado como um rato endêmico da baía de Shark era na verdade um rato-de-Gould. A espécie não havia sido extinta, apenas permanecera escondida por mais de um século.

Embora possa parecer surpreendente, o caso dos ratos-de-Gould não é único. É relativamente frequente que certas espécies sejam dadas como extintas e redescobertas muitos anos depois. Aliás, isso tem até um nome: efeito Lázaro, em referência à passagem bíblica em que Jesus ressuscita Lázaro de Betânia.

Esse tipo de fenômeno é muito interessante, já que se passam muitos anos sem aparições destes animais, e, um certo dia, são avistados diversos deles. Mas há alguns motivos para isso acontecer.

Um deles é que a declaração de extinção possa ter sido dada cedo demais, sem a certeza dos cientistas. Antigamente, era preciso passar, pelo menos, 50 anos sem ter avistamento de tal espécies para considerar um animal em extinção, já que é muito difícil afirmar que não existam mais essa espécie em nenhum lugar da natureza.

Outro fator que é levado em conta, e pode acabar causando erros nestas declarações, é quando declaram a extinção levando em conta o número de animais adultos, em idade reprodutora, além das condições do habitat e a distribuição geográfica.

Em 1920, por exemplo, o Társio Pigmeu foi dado como extinto, mas quase 100 anos depois foi encontrado na Indonésia, por cientistas. O mesmo aconteceu com o Caranguejo da Serra Leoa, que estava extinto desde 1955, mas fizeram aparições no ano passado.

Um caso mais extremo aconteceu com um peixe na África do Sul, que já estava extinto há mais de 60 milhões de anos. O Celacanto foi encontrado novamente em 1939, sem ter tido notificações anteriores.

O Takahe é uma espécie de pássaro da Nova Zelândia, que foi extinto em 1898, devido à cultura de caça do animal na época. Porém, 50 anos após a declaração de extinção, um novo grupo foi avistado e, hoje, ele já não é mais considerado extinto.

A Baleia de Omura também voltou a ser vista, após uma morte em massa da espécie em 2003. Porém, a nova aparição do animal aconteceu em um período mais curto após sua declaração de extinção, apenas 10 anos depois da declaração.

Em cada caso pode ter havido uma causa para estes animais terem voltado a aparecer, os cientistas tentam descobrir quais foram estas causas, para assim, evitar outras extinções.

Ou, até mesmo, descobrir outras espécies que ainda estão entre nós, porém escondidas o bastante para acharmos que estão extintas.

Fonte: Capitalist, CNN.

Foto: Australian Wildlife Conservancy/Wayne Lawler.