As 4 maiores descobertas históricas de 2022

Pensar em Ciência e História é se deparar com a palavra progresso. A todo o momento são feitas descobertas sobre nosso passado, algumas delas espetaculares, responsáveis por esclarecer incógnitas sobre o passado da raça humana na Terra.

No início desse ano, a Live Science citou vários sítios arqueológicos com pesquisas promissoras em andamentos que poderiam revelar futuras descobertas sobre o mundo antigo. Sendo assim, para engrossar o caldo dos avanços descobertos no campo da ciência e dos marcos do ano que está às portas de se encerrar, essas são as quatro descobertas históricas de 2022.

  1. Tesouro chinês

Em junho desse ano, a CNN escreveu uma matéria sobre a recuperação de uma série de artefatos do sítio arqueológico de Sanxingdui, próximo à cidade de Chengdu, na China, onde mais de 13 mil relíquias foram encontradas.

O nome escolhido para o local de escavação é uma referência ao antigo povo Sanxingdui, que os historiadores acreditam ter feito parte de Shu, o estado que já controlou a bacia ocidental de Sichuan. Contudo, a falta de clareza nas informações sempre dificultou a vida acadêmica dos historiadores na empreitada em descobrir as origens desse povo.

A descoberta feita em 2022, porém, lançou uma nova esperança sobre as origens dessa civilização e de Shu como um reino. Entre os artefatos encontrados, estão 2 mil relíquias de bronze, em sua maioria inteiras, incluindo estátuas, utensílios domésticos e uma caixa em forma de casco de tartaruga cravejada com jade.

Os demais objetos parecem ter vindo de diferentes regiões da China, indicando viagens generalizadas desse povo. E o que parece ser um altar de sacrifício pode ajudar a explicar as práticas religiosas de Shu.

  1. As crianças do Peru

Em fevereiro de 2022, a agência de notícias Reuters notificou que um grupo de arqueólogos encontrou seis múmias ao redor de uma tumba de pelo menos mil anos. Escavada na cidade de barro pré-inca de Cajamarquilla, perto da capital peruana de Lima, em novembro de 2021, o túmulo guardava os restos mortais de um nobre jovem, morto por volta dos 20 anos.

Demorou para o detalhe perturbador das crianças ser detectado. De acordo com Pieter Van Dalen, supervisor da escavação, em entrevista à AFP, é possível que as crianças dispostas ao redor da tumba tenham sido sacrificadas para seguir o nobre na vida após a morte. Na cena, também foram encontrados sete restos humanos não mumificados e possíveis ossos de lhama.

Na antiguidade, a prática de sacrificar e mumificar escravos ou familiares para acompanharem o morto ao Além era algo muito comum, como foi visto nas “múmias do pântano” encontradas em 1950, na Dinamarca.

  1. Galinhas domesticadas

Para provar que nem todas as descobertas históricas são arqueológicas, os pesquisadores da Universidade de Oxford, de Cardiff e de Exeter, escreveram que as primeiras galinhas domesticadas da História vieram da Tailândia, atraídas para assentamentos humanos com arroz, oriundas de uma espécie nativa das florestas tropicais do sudeste asiático.

Existia a ideia de que as galinhas não chegaram à Europa até cerca de 800 a.C., demorando para alcançar as fazendas no norte e no oeste do continente. Mas os pesquisadores coletaram evidências comprovando que os animais foram domesticados há muito tempo na Ásia, antes de chegar na Europa.

A galinha mais antiga encontrada foi em 1650 a.C., desbancando a ideia estabelecida de que domesticamos a galinha há cerca de 10 mil anos.

  1. O palácio Khan

Nesse ano, uma equipe de arqueólogos composta por turcos e mongóis, membros da Universidade Nacional da Mongólia, embarcou em uma expedição pela província oriental de Van, na Turquia, visando encontrar o palácio de verão de Hulagu Khan, neto do notório Genghis Khan.

Fundador do llcanato da Pérsia, Hulagu construiu um palácio de verão para si e uma igreja para sua esposa no que hoje é o distrito de Çaldiran, na província de Van. A equipe de arqueólogos teve como base artefatos encontrados na planície de Çaldiran, preservados no Museu de Van, para ter uma noção por onde começar a procura.

Até o momento, a equipe foi bem-sucedida ao encontrar um caravançarai, um tipo de pousada para viajantes – algo muito comum no Oriente Médio. Fontes históricas indicam que uma cidade ficava a leste da pousada, e cerâmicas encontradas nessa região combinam com peças mongóis, reforçando a ideia de que o local era um assentamento do reino de Hulagu.

Os pesquisadores esperam que a cidade e o palácio estejam nas proximidades, portanto, é uma questão de tempo para encontrarem suas ruínas, configurando uma das descobertas mais fascinantes do nosso século.

Fonte: Megacurioso.

Foto:  Chine Nouvelle/SIPA/Shutterstock.