Censo Oceânico tenta salvar espécies marinhas antes que seja tarde

Uma aliança internacional de cientistas lançou uma iniciativa para descobrir, na próxima década, milhares de novas espécies que vivem nos oceanos.

Atualmente, a cada ano pesquisadores descobrem 2 mil novas espécies de vida marinha. O objetivo agora é acelerar e encontrar pelo menos 100 mil novas espécies; 10 mil por ano – uma grande paraça-tarefa para descobrir novas espécies antes que a pesca excessiva e o aquecimento global levem populações inteiras à extinção. O diretor do projeto diz:

“Precisamos que as pessoas se apaixonem pela maravilha e pela majestade da vida oceânica, se quisermos ter alguma chance de protegê-la”.

A sede desse projeto vai ser na Universidade Britânica de Oxford, onde o Museu de História Natural abriga espécies encontrados desde a época de Charles Darwin. O naturalista britânico desenvolveu a teoria da evolução, que virou a base de grande parte de nossa compreensão sobre a chamada “árvore da vida”.

Também na Inglaterra, em um instituto em Cambridge, vai ser feito o sequenciamento genético das novas espécies encontradas e, assim, vai aumentar o que os cientistas chamam de “biblioteca genética” da vida marinha.

Esse projeto, em uma tradução livre chamado de Censo dos Oceanos, é o maior programa desse tipo da história. Nos próximos anos, cientistas do Reino Unido e do Japão vão fazer dezenas de expedições em uma corrida contra o tempo.

“Com o aquecimento global, os oceanos estão perdendo oxigênio. Com isso, estamos perdendo espécies. Se esse processo continuar, a gente vai enfrentar outra grande extinção no oceanos e perderemos grande parte da árvore da vida”, afirma outro diretor do projeto.

As expedições vão usar equipamentos de ponta, muito modernos, como uma espécie de carro-bolha e robôs também, que vão nas profundezas procurar novas formas de vida, para depois protegê-las.

“Estamos numa corrida contra o tempo. Temos o aquecimento global, o oceano está  perdendo oxigênio, e a acidificar e, como resultado, estamos perdendo espécies. Se esse processo continuar, enfrentaremos outra grande extinção no oceano e perderemos grandes faixas da ‘árvore da vida’ essencialmente.

O “Censo Oceânico” será o maior programa da história para descobrir a vida marinha, embarcando em dezenas de expedições através do oceano global.

Um dos objetivos é estabelecer as bases para uma parceria científica diversificada e inclusiva que abranja o mundo inteiro e crie um legado duradouro.

Fonte: G1. Euronews.

Foto: Francesco Ungaro/Unsplash.