Arqueólogos marinhos encontram um templo da época do Império Romano, de cerca de 2 mil anos, perdido no fundo do mar que ficou conhecido como a “Las Vegas” do Império Romano. Conhecida como Baiae, a cidade foi o playground da elite romana durante seu auge. O luxo e beleza do local atraiu a presença até mesmo dos imperadores Júlio César, Nero e Adriano. Além disso, fontes termais naturais curativas e as festas hedonistas também funcionavam como um forte atrativo.
Apesar de todo o glamour e badalo da cidade, uma infeliz escolha de local definiu o destino de Baiae. O Golfo de Pozzuoli, onde estava localizada a Las Vegas do Império Romano, ficava na caldeira de um super-vulcão conhecido como os Campos de Flegra.
A atividade vulcânica da região e o movimento subterrâneo do magma afundaram Baiae ao longo do tempo. Nessas circunstâncias, Baiae se tornou um vasto parque arqueológico subaquático, com numerosas estátuas, vilas e mosaicos romanos maravilhosamente preservados, todos visíveis sob a superfície.
O lado leste da cidade, onde está o antigo assentamento romano de Puteoli, despertou o interesse dos pesquisadores. De acordo com os profissionais, essa é uma área de importância arqueológica “extraordinária”, inclusive, foi durante as explorações desse setor que o tempo foi encontrado. Puteoli chegou a se tornar o principal porto comercial de Roma, ou seja, era um centro fundamental para a distribuição de alimentos e bens em todo o Mediterrâneo.
Cidade submersa romana
O arqueólogo Michele Stefanile declarou à Newsweek que a cidade submersa é “inédita”, então, ainda há muito para ser explorado. O objetivo do pesquisador é criar um mapa detalhado e de alta resolução da área e suas estruturas subaquáticas. Para isso, ele faz uso de diversas tecnologias para realizar o mapeamento e a leitura da área.
A primeira evidência da presença do templo, construído pelos Nabateus, perdido em Puteoli surgiu no século XVIII, surgiu quando um altar e duas outras peças com inscrições dedicadas ao deus nabateu Dusares foram encontradas.
Entre 1960 e 1980 outras peças foram encontradas por mergulhadores profissionais. Em 1980, os pesquisadores identificaram uma área potencial na qual o templo poderia ser encontrado. Porém, não houve apoio suficiente para uma missão de localização e busca fosse iniciada, e o edifício ficou esquecido na história.
A partir da descoberta do templo será possível encontrar evidências que ajudam a pintar um quadro de como era a rede de comércio multicultural, que tinha Puteoli atuando como um centro de pessoas de todo o mundo mediterrâneo, reunidas por seus interesses comerciais.
A equipe espera escavar outros locais de interesse no porto submerso. Por enquanto, a pesquisa revelou uma série complexa de estruturas, como salas de armazenamento, lojas e edifícios administrativos, bem como uma enorme quantidade de mármores, colunas, cerâmica, metais e outros materiais arqueológicos. Só o tempo dirá que outras riquezas os arqueólogos subaquáticos encontram abaixo do mar no Golfo de Pozzuoli.
Fonte: Olhar Digital
Foto: Michele Stefanile.