Com oceanos mais quentes, Nordeste cria Sala de Crise para fenômenos climáticos

Os estados do Nordeste se uniram para criar uma Sala de Crise para gerenciar situações, prevenir e preparar ações de mitigação no caso de impactos provocados por eventos climáticos. A primeira reunião foi realizada no último dia 17 pela Agência Nacional das Águas e do Saneamento Básico (ANA). No caso do Rio Grande do Norte, o Governo do Estado ainda está decidindo qual órgão ficará à frente do planejamento das ações.

Na primeira reunião, os pesquisadores já apresentaram a informação de que, de maneira geral, os oceanos em todo o mundo estão mais quentes e tiveram a temperatura elevada em 1ºC. No caso do El Niño, o auge do fenômeno deve ocorrer nos meses de outubro, novembro e dezembro, e a estimativa ele provoque temperaturas entre 1.3ºC e 1.8ºC mais altas, o que significa um fenômeno de moderado a forte.

As reuniões da Sala de Crise da Região Nordeste serão realizadas uma vez por mês no formato virtual. As pessoas poderão acompanhar os encontros que serão transmitidos ao vivo e disponibilizados no canal da ANA no YouTube.

A medida faz parte de um plano de contingência elaborado por causa da chegada do El Niño, previsto para o início de junho de 2023. O El Niño é um fenômeno climático que também afeta o Nordeste e se caracteriza pelo aquecimento da superfície do Oceano Pacífico, alterando os padrões de circulação atmosférica em todo o planeta. Com isso, ele costuma provocar chuvas abaixo da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, e chuvas acima da média na região Sul.

Com a Sala de Crise, os estados vão compartilhar as informações de sua região, assim como as previsões climáticas, situação dos recursos hídricos, impactos observados, além de discutir as medidas necessárias para mitigar os efeitos do El Niño.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) ficarão responsáveis por apresentar a situação climática e perspectivas futuras para a região.

Os pesquisadores e técnicos também vão tratar da situação dos sistemas hídricos locais, além de falas dos órgãos de recursos hídricos e salas de situação estaduais sobre os impactos e medidas necessárias ou já adotadas. A preocupação é de, também, ter controle para evitar queimadas nas áreas mais secas, a oeste da região, já que a previsão é de vazões abaixo da média.

Fonte: Agência Saiba Mais.

Foto: Ascom – Prefeitura de Parnamirim – Ana Amaral.