Como foi a primeira semana da COP27

Muitas coisas importantes aconteceram nesta primeira semana da COP 27 como painéis, conferências, manifestações.. O evento conta com a presença de mais de 100 líderes mundiais, cientistas, ambientalistas, defensores dois Direito Humanos e até lobistas e começou com uma grande questão: como fazer as nações ricas destinarem dinheiro para as questões climáticas.

Alguns conceitos surgiram dessas discussões e o principal deles é Perdas e danos.

– O termo em alta é “perdas e danos”, que descreve como a crise do clima está causando impactos negativos em todo o mundo, incluindo inundações, ciclones, ondas de calor e incêndios mais frequentes e intensos. Nas negociações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), a expressão geralmente é usada por grupos que pedem às nações desenvolvidas que paguem pelas perdas sofridas pelos países mais pobres, que são os que menos contribuem para a crise climática, mas os que sofrem as piores consequências.

Há mais de 30 anos, as nações insulares, que perdem suas terras pelo aumento do nível do mar, pedem aos países ricos que se comprometam com fundos para perdas e danos, mas os apelos não têm sido atendidos. Em sua primeira coletiva de imprensa na COP 27, o novo chefe climático da ONU, Simon Stiell, que é ex-ministro do Meio Ambiente de Granada, disse a repórteres que perdas e danos “precisam ser tratados com credibilidade, e chegou a hora de fazermos isso”.

Pela primeira vez, o assunto entrou na agenda oficial da conferência, o que, segundo especialistas que acompanham as negociações, significa que os fundos tão esperados devem estar a caminho. Uma série de movimentos simbólicos sobre o financiamento climático sugere um momento positivo para desenvolver a questão, com o Reino Unido dizendo que permitiria o adiamento de pagamento de dívida de países atingidos por desastres climáticos, e Áustria e Nova Zelândia apresentando financiamento para perdas e danos.

Existem dúvidas sobre como o dinheiro será levantado, porque as nações ricas já estão deixando de fornecer os fundos relacionados ao clima que devem ao sul global. Pagar por perdas e danos exigiriam bilhões de dólares a mais por esses fundos, que já são considerados insuficientes, como informa The Guardian.

Para além do dinheiro, as mudanças climáticas estão provocando a perda irreversível de meios de subsistência, tradições e culturas, desde a perda de patrimônios na África até o derretimento de geleiras sagradas para povos indígenas. A contabilização dessas perdas pode estar além do escopo das negociações climáticas da ONU, mas precisa ser enfrentada à medida que os efeitos da crise climática piorarem nos próximos anos.

Segundo um relatório encomendado pelos governos do Reino Unido e do Egito, apresentado na conferência esta semana, US$ 2 trilhões serão necessários a cada ano até 2030 para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e lidar com os efeitos do clima extremo, o que inclui abandonar os combustíveis fósseis e investir em energia renovável e outras tecnologias de baixo carbono.

Nos dois primeiros dias de discurso de líderes mundiais, António Guterres , secretário-geral da ONU, afirmou que “Estamos na luta de nossas vidas e estamos perdendo. As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo, as temperaturas globais continuam subindo, e nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível. Estamos em uma estrada para o inferno climático com o pé no acelerador.”

Fonte: Um Só Planeta, The Guardian.

Foto: Divulgação.