A concentração de dióxido de carbono na atmosfera registrou em 2024 um aumento sem precedentes e atingiu um novo máximo, informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM), da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (15).
A ONU alertou que este é o “maior aumento desde o início das medições modernas em 1957” e pediu ações urgentes para reduzir as emissões.
Segundo a OMM, os novos recordes – que comprometem o planeta a um aumento de temperatura a longo prazo – foram alcançados pelos três principais gases do efeito estufa:
– Dióxido de carbono (CO₂)
– Metano (CH4)
– e Óxido Nitroso (N2O)
Em seu relatório anual, a agência da ONU aponta como responsáveis pelos aumentos as emissões contínuas de CO₂ procedentes das atividades humanas e a intensificação dos incêndios florestais.
A agência também cita a redução da absorção de CO₂ pelos ecossistemas terrestres e pelos oceanos, o que ameaça virar um “círculo vicioso climático”.
O ano passado também foi o mais quente já registrado, superando o recorde anterior de 2023, lembrou a OMM.
Confira as mensagens principais do relatório:
– O CO₂ impacta o clima hoje e por muitos séculos
– Aumentam as preocupações com sumidouros de carbono, como florestas e oceanos
– O aumento das temperaturas é acompanhado por condições climáticas mais extremas
– O monitoramento reforçado é vital para embasar ações
“O calor retido pelo CO₂ e outros gases do efeito estufa amplifica as condições climáticas e intensifica os fenômenos meteorológicos extremos. Portanto, é fundamental reduzir as emissões, não apenas pelo nosso clima, mas também para a nossa segurança econômica e o bem-estar da população”, declarou em um comunicado a secretária-geral adjunta da agência da ONU, Ko Barrett.
Taxas de crescimento de CO₂ triplicaram desde a década de 1960
As taxas de crescimento de CO₂ triplicaram desde a década de 1960, acelerando de um aumento médio anual de 0,8 ppm para 2,4 ppm na década de 2011 a 2020. De 2023 a 2024, a concentração média global de CO2 aumentou 3,5 ppm, o maior aumento desde o início das medições modernas em 1957.
Incêndios florestais, menor absorção de CO₂ e El Niño
O crescimento recorde de emissões de CO₂ entre 2023 e 2024 se deu em grande parte provavelmente pelas emissões de incêndios florestais e uma menor absorção de CO₂ por terra e oceano em 2024 – o ano mais quente já registrado, com um forte El Niño.
Quando o boletim foi publicado pela primeira vez em 2004, o nível médio anual de CO₂ medido pela rede de estações de monitoramento Global Atmosphere Watch da OMM era de 377,1 ppm. Em 2024, seria de 423,9 ppm.
Cerca de metade do total de CO₂ emitido anualmente permanece na atmosfera
Cerca de metade do CO₂ emitido anualmente permanece na atmosfera, enquanto o restante é absorvido pelos ecossistemas terrestres e pelos oceanos. Mas esse armazenamento é temporário. À medida que a temperatura global sobe, os oceanos retêm menos CO₂ devido à menor solubilidade em águas mais quentes, e os sumidouros terrestres sofrem diferentes impactos, como o aumento da frequência e da intensidade das secas.
COP 30 buscará intensificar a ação climática
A OMM divulgou o boletim anual de gases de efeito estufa para fornecer informações científicas confiáveis para a conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas em novembro. A reunião da COP 30 em Belém, Brasil, buscará intensificar a ação climática.
Fonte: g1.
Foto: Adobe Stock.
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