Conheça as 5 praias mais poluídas por microplásticos do Brasil e as 03 no Estado do Rio Grande do Norte

Todas as praias do litoral brasileiro estão poluídas com resíduos plásticos. É o que aponta o relatório Raio-X dos Resíduos na Costa Brasileira: Descobertas da 1° Expedição Ondas Limpas na Estrada, realizado pela ONG Sea Shepherd Brasil em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP. A pesquisa analisou uma área de 156.600 m² – equivalente a 22 campos de futebol – em 201 municípios brasileiros.

E os resultados preocupam. Ao longo de 306 praias examinadas, foram encontrados 72 mil macrorresíduos e 16 mil partículas de microplástico. No estudo, os resíduos são divididos em três categorias: microplástico, que consiste em partículas de até 5mm consumidas por animais marinhos; macroplástico, resíduos maiores de plástico, como tampas de garrafa; e macrorresíduos, que são, por exemplo, objetos como cigarro.

1) Pântano do Sul, em Florianópolis (SC)

Localizada na capital de Santa Catarina, a Pântano do Sul é a praia mais poluída do Brasil, tendo a maior presença de microplásticos (144 fragmentos), macroresíduos (17 fragmentos) e macroplásticos (17 fragmentos) por metro quadrado do país. Com aproximadamente 2,3 km de extensão, ela mantém a tradição de uma vila de pescadores, onde é comum ver barcos coloridos e redes sendo puxadas pela areia. O mar costuma ser agitado, atraindo surfistas, e o local é rodeado pela vegetação nativa da região.

2) Praia do Centro, em Mongaguá (SP)

A Praia do Centro, que fica no município de Mongaguá, no litoral sul de São Paulo, ocupa o segundo lugar no ranking quanto a presença de microplástico, com uma densidade de 83 resíduos por metro quadrado. Com suas areias largas e mar de ondas moderadas, a praia é popular entre famílias, turistas e surfistas, sendo uma das mais frequentadas da cidade. Apesar de sua popularidade e infraestrutura, com quiosques, calçadão e áreas de lazer, a Praia do Centro enfrenta problemas recorrentes de poluição, especialmente durante a alta temporada.

3) Praia do Rizzo, em Florianópolis (SC)

Também localizada em Florianópolis, a Praia do Rizzo é a terceira com maior densidade de microplástico, chegando a 78 partículas por metro quadrado. Situada em uma região de uso predominantemente residencial, a Praia do Rizzo consiste em uma pequena faixa de areia situada no bairro de mesmo nome. Embora tenha uma vista bonita da Baía Sul e do centro da cidade, a praia é pouco frequentada para banho devido à poluição de suas águas.

4) Praia do Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ)

A Praia de Botafogo, situada na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, oferece uma das vistas mais icônicas da cidade, com o Pão de Açúcar ao fundo e o Morro da Urca emoldurando o horizonte. Apesar de sua beleza cênica, a praia possui altos níveis de poluição – não é à toa que ela ocupa o quarto lugar quanto à presença de microplásticos, atingindo uma densidade de 55 fragmentos por metro quadrado.

5) Mariluz, em Imbé (RS)

Uma das mais conhecidas da cidade de Imbé, no Rio Grande do Sul, a praia Mariluz fecha o ranking de praias mais poluídas no quesito microplástico, possuindo uma densidade de 51 resíduos por metro quadrado. Com sua extensa faixa de areia e mar agitado, a praia é popular entre banhistas e surfistas, porém enfrenta problemas de poluição, principalmente relacionados ao lixo deixado por visitantes e ao escoamento inadequado de esgoto em certas áreas.

Praias de três cidades do RN  as mais poluídas por plástico 

O estado do Rio Grande do Norte enfrenta uma crise ambiental, com três de suas cidades – Extremoz, Natal e Baía Formosa – figurando entre as cinco com praias mais poluídas por macrorresíduos plásticos (que incluem grandes pedaços de plástico, como garrafas e sacolas) no Brasil. É o que aponta um estudo da ONG Sea Shepherd Brasil, em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP, publicado na última quinta (19).

Os dados expõem a severidade da poluição nas praias potiguares e reforçam a urgência de ações para combater o descarte desenfreado de plásticos no litoral potiguar.

A Praia de Santa Rita, em Extremoz, foi elencada como a quinta praia com maior densidade de macroplástico por metro quadrado em todo o Brasil. Esses resíduos, que podem levar séculos para se decompor, representam uma ameaça constante para a fauna marinha e para a saúde dos ecossistemas costeiros. Em 6º lugar está a Praia do Pontal, em Baía Formosa, com cerca de 5 macroresíduos por metro quadrado.

A Praia do Forte, em Natal, a capital potiguar, também aparece no estudo. Além de ser uma das que possuem a maior quantidade de macroplástico (39,83 por metro quadrado), ela ocupa a quinta posição no país em termos de densidade de microplásticos, pequenos fragmentos de plástico que são praticamente invisíveis a olho nu, mas que causam danos ambientais gigantescos.

Poluição nas praias do RN

Ao todo, 20 praias em 13 municípios do Rio Grande do Norte foram avaliadas durante a expedição, que percorreu mais de 7 mil quilômetros da costa brasileira, analisando 306 praias em 201 cidades do país. Os resultados são que 100% das praias brasileiras têm algum nível de poluição por plásticos, que representam 91% de todo o lixo encontrado no litoral.

O Rio Grande do Norte agora lida com o desafio de controlar a contaminação que afeta não só sua biodiversidade, mas também a economia local, fortemente baseada no turismo. Além de Natal, Extremoz e Baía Formosa, foram analisadas praias das cidades de Areia Branca, Parnamirim, Nísia Floresta, Porto do Mangue, Grossos, Tibau do Sul, Touros, Rio do Fogo e São Miguel do Gostoso.

No entanto, uma exceção notável foi a cidade de Guamaré, especificamente na Praia do Minhoto, que apareceu como uma das que menos apresentam macroplástico em nível nacional, o que a destaca positivamente em meio ao cenário estadual.

Esses microplásticos foram identificados em análises laboratoriais, que seguiram um protocolo rigoroso do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP). Eles são categorizados por cor, forma e tamanho, permitindo que sua origem seja traçada e reforçando a gravidade do problema de contaminação marinha.

Fonte: Um Só Planeta.

Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS.