Desde a década de 1980, o mundo está de olho após o incidente da usina nuclear de Chernobyl (Ucrânia). Por diversas vezes, algumas situações colocaram o local sob risco de vazamento do material radioativo. Mais uma vez, a região está sob alerta máximo.
Isso porque, segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um drone russo atingiu o escudo de radiação que cobre o Reator 4 da usina nuclear de Chernobyl na madrugada de quinta, 13, danificando a estrutura de concreto que protege o local contra a radiação..
O ataque ocorreu por volta das 2h da manhã, horário local, e provocou um incêndio, posteriormente controlado.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que sua equipe no local ouviu uma explosão vinda do Novo Confinamento Seguro, estrutura que cobre o reator 4 da usina destruída.
Apesar do impacto, Zelensky assegurou que os níveis de radiação não se alteraram e estão sendo monitorados constantemente.
O Serviço de Emergência Estatal da Ucrânia confirmou que os limites de radiação de fundo permanecem dentro da normalidade.
A AIEA também declarou que não houve vazamento de material radioativo, mas reforçou a necessidade de uma avaliação urgente das condições do abrigo danificado.
O ataque faz parte de uma ofensiva russa mais ampla, que lançou 133 drones contra a Ucrânia na mesma noite.
Segundo o governo ucraniano, 73 foram abatidos antes de atingirem seus alvos. Zelensky interpretou a ação como um claro indicativo de que Vladimir Putin “não quer negociações, mas continuar enganando o mundo”.
O incidente ocorre em um momento crítico, com o líder ucraniano prestes a se reunir com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, na Alemanha.
Histórico de Chernobyl e influência da invasão russa
Em 26 de abril de 1986, um teste inadequado no Reator 4 da usina de Chernobyl causou explosão no local;
Isso liberou radiação equivalente a 400 bombas atômicas de Hiroshima (Japão), afetando países vizinhos, paraçando os moradores de Chernobyl a deixarem a cidade deserta até hoje e minando a saúde de milhares de pessoas;
Com o passar dos anos, várias pessoas se voluntariaram para tentar eliminar a radiação, o que não foi possível;
Dessa forma, o reator afetado foi coberto por um “sarcófago“, recentemente trocado por um mais moderno e mais poderoso, que deverá durar cerca de 100 anos;
Frequentemente, profissionais especializados visitam o interior do Reator 4 e demais áreas da usina para checar o nível de radiação.
Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, a usina de Chernobyl e as áreas adjacentes ficaram sob risco. No mesmo mês, a cidade e a usina foram tomadas por soldados russos, que mantiveram funcionários do espaço como reféns por vários dias.
Esses soldados não tinham a dimensão do problema, pois a União Soviética sempre tentou abafar o caso, algo que permaneceu acontecendo após seu fim, já como Rússia novamente. Logo, eles sequer sabem da explosão e do risco relacionado à radiação.
Cerca de um mês depois, os russos deixaram Chernobyl e os ucranianos retomaram o controle da usina. Contudo, o ataque de drone realizado nesta sexta-feira (14) evidencia que a usina nuclear segue em perigo e que a avaria no sarcófago pode causar sérios danos à humanidade.
Fontes: O Antagonista, Olhar Digital.
Imagem: Kateryna Upit/Shutterstock.