Estudo aponta para riscos de terremotos no Nordeste

Há risco de abalos sísmicos no Nordeste brasileiro que podem ultrapassar a marca de 5,2 na Escala Richter, com potencial para causar riscos imensos, como mortes, danos a prédios e casas, prejuízos econômicos e impactos ambientais.

O alerta foi feito em uma pesquisa divulgada no dia 2 de maio com base em dados do Catálogo Sísmico Brasileiro (SISBRA) e da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR).

OS estudos foram conduzidos por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Academia Polonesa de Ciências preveem um aumento na frequência de eventos sísmicos significativos na região.

Qual a Probabilidade de Terremotos no Nordeste nos Próximos Anos?

O estudo coordenado por especialistas em geofísica indica o risco de os estados nordestinos enfrentarem terremotos com magnitudes entre 4,7 e 5,1 na Escala Richter. Pelos cálculos dos pesquisadores, há 50% de probabilidade dessa catástrofe ocorrer e afetar estruturas civis como casas e prédios.

Já terremotos com magnitudes entre 5,5 e 6,2 na Escala Richter têm 10% de probabilidade de ocorrer e representam riscos para grandes obras civis, como barragens, parques eólicos, mineração, usinas hidrelétricas e nucleares.

O estudo ressalta a necessidade de adotar medidas preventivas e construções mais resilientes para mitigar os riscos associados aos terremotos na região.

A preparação adequada e a adaptação das infraestruturas são fundamentais para reduzir os possíveis danos e garantir a segurança da população.

Abalos sísmicos recentes

Nesta terça-feira, 21 de maio, o Laboratório Sismológico da UFRN registrou uma série de tremores de terra na região do município de Jaguarari, no estado da Bahia.

O primeiro sismo ocorreu às 09h37 UTC (06h37, horário de Brasília) e teve magnitude preliminar de 2.2 mR. Os sismos seguintes foram registrados às 10h57 UTC (07h57, horário de Brasília), com magnitudes respectivas de 2.4 mR e 2.3 mR.

Segundo informações recebidas pela população local, essa sequência de tremores pôde ser sentida por quem esteve mais próximo do epicentro do abalo.

A última atividade sísmica divulgada pelo LabSis/UFRN no estado também foi registrada na região de Jacobina, em 12 de maio, quando um tremor de magnitude 1.5 mR abalou a região.

O Laboratório Sismológico da UFRN segue monitorando e divulgando toda atividade que ocorra no estado da Bahia e em toda região Nordeste do país.

Preparativos e Medidas de Mitigação

Diante dessa previsão, é fundamental que medidas de mitigação e preparação sejam adotadas imediatamente. O desenvolvimento de infraestrutura resistente a sismos e a promoção de programas de educação pública sobre ações em caso de desastres são essenciais para minimizar riscos.

Abalos sísmicos no Brasil

O Brasil, apesar de estar localizado no interior da placa tectônica Sul-Americana, longe das bordas de placas onde ocorrem os maiores terremotos, registra alguns eventos sísmicos significativos.

A maioria desses eventos foram de magnitude moderada, mas podem causar pânico e alguns danos locais, especialmente em áreas onde as construções não são projetadas para resistir a terremotos. Nenhum deles causou mortes.

Terremoto de Mato Grosso – 1955

Magnitude: 6.2

Local: Município de Porto dos Gaúchos, Mato Grosso

Descrição: Este é considerado o maior terremoto já registrado no Brasil.

Terremoto de João Câmara – 1986

Magnitude: 5.1

Local: João Câmara, Rio Grande do Norte

Descrição: Provocou danos significativos e levou à evacuação de diversas áreas.

Terremoto de Caraíbas – 1990

Magnitude: 5.0

Local: Município de Caraíbas, Bahia

Descrição: Causou danos em estruturas e foi sentido em várias cidades da região.

Terremoto de Vitória – 1955

Magnitude: 6.1

Local: Vitória, Espírito Santo

Descrição: Causou danos estruturais e foi amplamente sentido na região.

Terremoto de Montes Claros – 2012

Magnitude: 4.2

Local: Montes Claros, Minas Gerais

Descrição: Causou pânico e pequenos danos em algumas estruturas da cidade.

Terremoto de São Francisco do Sul – 2017

Magnitude: 3.6

Local: São Francisco do Sul, Santa Catarina

Descrição: Sentido por moradores da região, mas sem relatos de danos significativos.

Terremoto de Sobral – 2008

Magnitude: 4.2

  Local: Sobral, Ceará

Descrição: Causou pânico entre a população e pequenas avarias em edificações.

Maiores terremotos registrados
Além do Brasil, o mundo já foi palco de terremotos devastadores como o de Valdivia no Chile em 1960, que alcançou a impressionante marca de 9.5 na Escala Richter. Esses dados reforçam a importância de estarmos preparados para enfrentar tais fenômenos naturais.
  1. Terremoto de Valdivia, Chile – 1960

Magnitude: 9.5

Vítimas: Aproximadamente 1.000 a 6.000 mortos

  1. Terremoto do Alasca, EUA – 1964

Magnitude: 9.2

Vítimas: 131 mortos (a maioria devido ao tsunami)

  1. Terremoto do Oceano Índico – 2004

Magnitude: 9.1

Vítimas: Aproximadamente 230.000 a 280.000 mortos

  1. Terremoto de Tohoku, Japão – 2011

Magnitude: 9.1

Vítimas: Mais de 15.897 mortos, 2.529 desaparecidos

  1. Terremoto de Kamchatka, Rússia – 1952

Magnitude: 9.0

Vítimas: Poucas mortes devido à baixa densidade populacional

  1. Terremoto de Maule, Chile – 2010

Magnitude: 8.8

Vítimas: Aproximadamente 525 mortos

  1. Terremoto de Sumatra, Indonésia – 2005

Magnitude: 8.6

Vítimas: Aproximadamente 1.313 mortos

  1. Terremoto do Alasca, EUA – 1965

Magnitude: 8.7

Vítimas: Sem vítimas fatais significativas

  1. Terremoto de Assam, Índia – 1950

Magnitude: 8.6

Vítimas: Aproximadamente 1.526 mortos

  1. Terremoto das Ilhas Andreanof, Alasca – 1957

Magnitude: 8.6

Vítimas: Sem vítimas fatais significativas

Medidas Práticas de Preparação para Terremotos:

Avaliar e reforçar a estrutura de prédios e casas.

Desenvolver planos de emergência comunitários.

Realizar simulações e treinamentos regulares.

Com a tecnologia atual e o conhecimento acumulado sobre sismos, somos capazes de desenvolver estratégias eficazes para proteger nossas comunidades. A conscientização e a preparação são nossas melhores ferramentas contra os desafios impostos por terremotos potenciais.

Fontes: Revista Fórum, Revista Nordeste, O Antagonista.

Foto: Apolo 11.