Desde que a espécie humana pisou no planeta, nos primórdios dos tempos, ela começou a mexer com a natureza, de algum modo. Durante alguns milênios, esse impacto não foi considerável, porque a população mundial era bem menor do que é hoje e os rejeitos humanos gerados eram apenas orgânicos, fáceis de serem absorvidos e transformados pela terra, vegetações, ar e cursos d’água.
Não havia ainda industrialização e produtos que pudessem demorar muitos anos, ou séculos, para se decompor no meio natural. Há um consenso entre os historiadores de que foi a partir da Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, que começaram a surgir, de verdade, os problemas de degradação ambiental.
A madeira e o carvão vegetal eram os combustíveis das indústrias para alimentar fornos e maquinários, mas geravam grande poluição do ar quando saíam pelas chaminés. Em um primeiro momento, esses danos ambientais foram restritos à Inglaterra, país que iniciou o movimento industrial.
Passando-se os anos e entrando no século XX, surgiram graves acidentes ambientais decorrentes da industrialização, com morte de parcela da população e danos quase irreversíveis aos ecossistemas naturais. tais como: 1930 – Vale do Meuse (Bélgica); 1948 – Nonora (Pensilvânia – EUA); 1950 – Poza Rica (México); 1952 – Londres (Inglaterra); Todos estes acidentes foram decorrentes da poluição do ar.
Outros desastres merecem um triste destaque: 1956 – Minamata (Japão – população contaminada por mercúrio); 1976 – Seveso (Itália – contaminação do ar por dioxina); 1984 – Vila Socó – Cubatão/SP – Brasil (gasolina contaminou manguezal); 1984 – Bhopal (India – 40 toneladas de gases tóxicos no ar); 1986 – Chernobyl (hoje Ucrânia – ex URSS – enorme acidente nuclear); 1989 – Alaska (acidente petrolífero do navio Exxon Valdez.
Esses foram apenas alguns dos graves acidentes ambientais do século XX no mundo. Atualmente, século XXI, no ano de 2015, aqui no Brasil, não pode deixar de ser mencionado o pior acidente ecológico já registrado no país: a tragédia no município de Mariana/MG, onde uma barragem que continha rejeitos de mineração rompeu-se, causando danos irreversíveis aos ecossistemas local e regional, com repercussões socioeconômicas negativas na população do entorno e locais mais distantes.
No ano de 1962, foi lançado o livro “Primavera Silenciosa”, nos EUA, considerado um marco do início de uma conscientização ambiental em âmbito mundial. Esse livro provava, através de uma visão científica, que foi através do pesticida DDT, usado nas lavouras dos EUA, que vários pássaros haviam sumido dos campos norte-americanos. Em função disso, ONGs ambientalistas começaram a nascer nesse período, nos EUA e em outros países, com o objetivo de proteger a natureza em todas as suas esferas, e, consequentemente, proteger a vida humana também.
A definição de Desenvolvimento Sustentável só foi começar a tomar corpo a partir de 1968, após a Conferência da Biosfera, realizada em Paris, na qual foi elaborado um importante documento, o Relatório Meadows, conhecido como Relatório do Clube de Roma, que propunha crescimento econômico zero para os países, influenciando, de maneira decisiva, o debate na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo (Suécia), quatro anos mais tarde. O Clube de Roma foi composto por cientistas, industriais e políticos, vindos de 10 países, que objetivaram discutir e analisar os limites do crescimento econômico, levando em conta o uso crescente dos recursos naturais, e foi elaborado, em 1972, pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o relatório intitulado “Os Limites do Crescimento”.
A Conferência de Estocolmo é tida por muitos como o ponto de partida da política ambiental e introduziu alguns dos conceitos e princípios que, ao longo dos anos, influenciaram todos os países, o que explica a difusão da preocupação e da proteção ambiental em todo o mundo.
Fontes : BBC, MMA, WWF, Scielo, Jus, Unep.