Homem nos EUA morre por infecção de “ameba comedora de cérebros” que pode estar proliferando com mudanças climáticas

Um homem no estado norte-americano da Geórgia morreu com infecção cerebral considerada rara, mas que apresentou quantidade preocupante de casos recentes: a “ameba comedora de cérebros” (Naegleria fowleri), que se instala em corpos de água morna e se alimenta de tecido cerebral.

Autoridades disseram que a vítima provavelmente foi infectada enquanto nadava em um lago ou lagoa de água doce, mas não precisaram o local exato. A infecção acontece quando a ameba entra pelo nariz da pessoa, se instalando então no cérebro. Não há infecção se a ingestão é pela boca, e não há contaminação de pessoa para pessoa, dizem os especialistas.

“A ameba ocorre naturalmente e não há testes de rotina para identificá-la. Como ela é muito comum no meio ambiente, os níveis das amebas que ocorrem naturalmente não podem ser controlados”, disseram autoridades de saúde da Geórgia, segundo o The Guardian. “A localização e o número de amebas na água podem variar ao longo do tempo dentro do mesmo corpo de água.”

Como as infecções são consideradas raras, não há uma política de prevenção estabelecida. A ameba vive em água doce, então é necessário ter cuidado ao mergulhar em rios, lagos e lagoas. Os cuidados recomendados pelas autoridades nos EUA incluem não submergir a cabeça nos corpos d’água, ou tampar o nariz ao fazer isso.

A “ameba comedora de cérebros” vem preocupando mais após uma sequência de casos recentes. E como ela sobrevive em água morna, há o risco de que se prolifere à medida que as temperaturas aumentam em meio à crise climática.

Os sintomas da infecção por essa ameba incluem dor de cabeça intensa, febre, náuseas e vômitos, e progridem para rigidez do pescoço, convulsões e coma que pode levar à morte. Os sintomas normalmente começam cerca de cinco dias após a infecção, mas pode se antecipar a isso ou começar apenas 12 dias depois do contato inicial.

Outros casos

Este foi apenas o sexto caso de infecção na Geórgia desde 1962. Mas houve outros casos recentes nos EUA neste ano que ligaram o sinal de alerta. Um menino de dois anos em Nevada teria morrido dessa em julho, de acordo com a NBC News. Autoridades disseram que ele pode ter contraído a ameba em Ash Springs, uma fonte termal natural em seu condado, que fica ao norte de Las Vegas.

Em fevereiro, um homem na Flórida também morreu de uma ameba, que pode ter contraído depois de enxaguar as cavidades nasais com água da torneira. A NBC ainda relatou três casos confirmados no ano passado, ocorridos após a exposição à água doce em Iowa, Nebraska e Arizona.

Outros três casos também foram relatados a cada ano em 2019, 2020 e 2021, segundo a emissora americana.

Fonte: Um Só Planeta.

Foto: Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.