Ao passear pela praia, é comum sentir um calafrio ao pensar nos tubarões ocultos nas ondas. O mesmo acontece ao explorar um deserto, onde o medo de cobras venenosas e escorpiões é inevitável.
Entretanto, por mais ameaçadores que esses animais possam parecer, eles não ocupam o topo da lista quando se trata de perigo. Surpreendentemente, um agente patogênico reina supremo: o mosquito.
Apesar de considerarmos os mosquitos apenas como um incômodo, devido aos seus zumbidos e picadas irritantes, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos os designaram como os animais mais letais do planeta.
Entenda o perigo envolvendo mosquitos
Os mosquitos representam um perigo que vai além das picadas, pois são portadores de doenças mortais. O risco se origina de sua função como vetores de inúmeras doenças letais.
Esses insetos são considerados os animais mais letais para seres humanos pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Por serem um vetor de diversas doenças perigosas, os mosquitos causam aproximadamente 700 mil óbitos por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Embora estejam presentes em todo o mundo, pessoas nas regiões tropicais são mais suscetíveis às picadas de insetos, pois o clima quente e úmido favorece a proliferação dos mosquitos. O crescimento desordenado de cidades, bem como condições inadequadas de saneamento, também favorecem a ocorrência de enfermidades causadas por esses vetores.
O mosquito Aedes aegypti é transmissor de vírus causadores de doenças que são chamadas de arboviroses. Dentre as doenças mais comuns que estão neste grupo, destacam-se: Dengue, Zika e Chikungunya.
Outros vírus, além dos citados, podem ser transmitidos pelo Aedes aegypti, como o vírus da Febre Amarela, no entanto, até o momento, a circulação desse vírus ocorre estritamente em áreas silvestres, onde outras espécies de mosquitos são transmissoras.
A malária é, possivelmente, a doença mais conhecida e letal dentre as transmitidas por mosquitos, causando mais de 400.000 óbitos anualmente.
Essa enfermidade prevalece principalmente em regiões tropicais e subtropicais, colocando milhões de vidas em risco a cada ano. Além da malária, outras doenças graves, como a dengue, a febre amarela e o vírus do Nilo, também são preocupantes.
O modo como as doenças são propagadas pelos mosquitos é engenhoso e altamente eficaz. Quando uma fêmea de mosquito se alimenta de sangue humano ou animal, ela injeta saliva contendo enzimas anticoagulantes, permitindo que o sangue flua mais livremente.
No entanto, se o mosquito estiver infectado com um patógeno, como o parasita da malária ou o vírus da dengue, esses microrganismos também são transmitidos ao hospedeiro durante a picada. Isso inicia um ciclo infeccioso que pode resultar em sintomas graves e, em casos extremos, até em morte.
A luta contra os mosquitos e as doenças que eles disseminam é uma batalha contínua de escala global. Estratégias preventivas, como o uso de repelentes, mosquiteiros tratados com inseticidas e controle de vetores, são essenciais para minimizar o impacto mortal desses insetos.
Como evitar doenças causadas por mosquitos?
De forma geral, a prevenção de doenças causadas por mosquitos envolve evitar o contato com os vetores por meio do uso de repelentes e roupas que cubram a pele exposta, especialmente no início da manhã e no fim da tarde, bem como evitar áreas de floresta. A eliminação de pontos de água parada também é uma ação fundamental para prevenir as enfermidades.
Em alguns casos específicos, a vacina pode ser utilizada para evitar as doenças. O imunizante contra a febre amarela é recomendado para quem frequenta áreas de risco, enquanto a vacinação contra a dengue é indicada apenas para quem já teve a enfermidade.
Em um mundo onde os perigos frequentemente vêm de fontes pequenas e aparentemente inofensivas, os mosquitos destacam-se como um exemplo vívido de que o tamanho não define a ameaça. Enquanto tubarões e outros predadores imponentes podem evocar medo e respeito, é o zumbido modesto do mosquito que deveria nos alertar mais.
Fonte: Fiocruz, CNN, Multiverso.
Foto: Joao Paulo Burini/GettyImages.