O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado anualmente em 5 de junho, é uma das maiores plataformas globais de sensibilização para as questões ambientais. Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972, a data convoca governos, empresas, organizações e cidadãos a refletirem sobre as urgências ambientais do planeta. Em 2025, o tema escolhido O Fim da Poluição Plástica Global traz à tona um dos maiores desafios contemporâneos: a crise do plástico, que ameaça ecossistemas, saúde humana e a economia.
A crise global da poluição plástica
Desde sua popularização nas décadas de 1950 e 1960, o plástico revolucionou indústrias, logística, saúde e o cotidiano da sociedade moderna. No entanto, seu uso desenfreado e sua durabilidade geraram uma crise ambiental sem precedentes. De acordo com o relatório “Fragmentos da Destruição”, da ONG Oceana, o Brasil despeja cerca de 1,3 milhão de toneladas de lixo plástico nos mares anualmente, posicionando-se como o oitavo maior poluidor plástico do planeta e o líder na América Latina.
Estima-se que um terço do plástico produzido no Brasil esteja propenso a chegar ao oceano todos os anos, e que cada brasileiro seja responsável por contribuir para a poluição marinha com 16 kg de resíduos plásticos anualmente.
Plásticos invisíveis, impactos profundos
Além do lixo visível, a ameaça invisível dos microplásticos torna a crise ainda mais alarmante. Essas partículas, menores que 5 milímetros, estão presentes em alimentos, água potável, ar e até no corpo humano. Pesquisas recentes detectaram microplásticos em sangue, pulmões, placenta e outros tecidos humanos, o que gera sérias preocupações sobre os impactos à saúde, ainda em estudo.
No Brasil, o projeto MICROMar, coordenado por pesquisadores do Instituto Federal Goiano e da USP, identificou que as praias brasileiras estão altamente poluídas por microplásticos. Os estados de São Paulo, Paraná, Sergipe e Bahia estão entre os mais afetados.
Soluções globais e locais para o fim da poluição plástica
Para enfrentar esse desafio, em 2022 foi aprovada pela Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente a Resolução para o Fim da Poluição Plástica, que estabelece o desenvolvimento de um tratado global juridicamente vinculante, com previsão de conclusão até o final de 2024. O objetivo é reduzir a produção de plásticos de uso único, fomentar a economia circular e incentivar inovações em materiais sustentáveis.
No Brasil, o Projeto de Lei nº 2524/2022 propõe a implementação de uma Economia Circular do Plástico, por meio de medidas que reinserem o plástico no sistema de produção e consumo – seja pela reutilização e efetiva reciclagem ou pela compostagem, evitando que ele seja descartado na natureza.
O papel da sociedade na transformação
O engajamento da sociedade civil é decisivo para pressionar por mudanças estruturais e acelerar a transição para uma economia circular do plástico. Movimentos sociais, ONGs, cooperativas de reciclagem, escolas e comunidades têm desempenhado papéis fundamentais na conscientização, coleta seletiva, educação ambiental e criação de alternativas locais ao plástico.
Iniciativas como a Semana Lixo Zero, o Desafio Global de Limpeza de Praias e projetos de reutilização de plásticos em arte, arquitetura e moda mostram que é possível transformar o problema em oportunidade, gerando renda, inclusão e inovação.
Como apoiar o movimento pelo fim da poluição plástica
Empresas, governos e cidadãos podem apoiar ações e organizações que atuam na linha de frente dessa luta. O apoio pode se dar via:
– Investimentos em projetos de educação ambiental;
– Financiamento de tecnologias limpas e inovação em materiais;
– Apoio a cooperativas de reciclagem e economia solidária;
– Participação em campanhas de conscientização, como o Dia Mundial do Meio Ambiente.
O futuro é sem plástico descartável
O desafio do plástico é, antes de tudo, uma questão de escolhas e prioridades. O mundo precisa de uma mudança urgente em sistemas de produção, consumo e gestão de resíduos, construindo uma nova relação com os materiais e os recursos naturais. O Dia Mundial do Meio Ambiente 2025 reforça essa urgência, convocando todos a agirem agora pelo fim da poluição plástica global, em defesa da saúde do planeta e das futuras gerações.
Fonte: Água Sustentável.
Foto: Lucien Wanda.
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