Um peixe-remo, considerado extremamente raro, foi encontrado por mergulhadores que exploravam a costa sul da Califórnia, nos Estados Unidos, no último sábado, noticiou o jornal CBS News. Apelidado de “peixe do juízo final”, a espécie costuma ser vista em alguns lugares do mundo como um mensageiro de desastres iminentes.
Segundo a Scripps Institution of Oceanography da Universidade da Califórnia, em San Diego, este foi um dos menos de duas dúzias avistados no estado em mais de 120 anos. Com um corpo longo e prateado, o animal tinha mais de três metros de comprimento. Além disso, tem olhos grandes e espinhos vermelhos em formato de coroa
Aparições do Regalecus glesne, popularmente conhecido como “peixe-remo”, “peixe do fim do mundo” e “peixe do juízo final”, em praias do México (ocorreu no Mar de Cortez, perto de Cabo San Lucas) e do Vietnã (próximo da cidade de Hue), em 2024, atraíram a atenção para este animal marinho gigante de características bastante particulares.
A começar pela lenda que o envolve: ela diz que avistar o peixe-remo pode significar que algum desastre natural vai acontecer, pois o animal vive nas profundezas dos oceanos e em quase todos os mares do planeta – exceto nos polos. É o que explica a Ocean Conservancy, instituição de defesa ambiental sem fins lucrativos com sede em Washington, Estados Unidos.
No entanto, não existem evidências científicas de que esses animais estejam conectados, de qualquer forma, à ocorrência de terremotos ou tsunamis.
Os 5 fatos curiosos sobre o peixe-remo
Também conhecidos por seu tamanho bem pouco usual – o “peixe do fim do mundo” alcança até 11 metros de comprimento e 200 kg – e tem um corpo alongado e prateado. A Ocean Conservancy lista mais algumas curiosidades que se conhece sobre ele:
- A origem do nome “peixe do fim do mundo” ou “peixe do juízo final”: esses animais são chamados assim por sua associação a desastres naturais, especialmente a terremotos. Certas lendas que mencionam o Regalecus glesne estariam ligadas ao fato de serem mais vistos, antes de eventos sísmicos significativos, diz a Ocean Conservancy.
- O peixe-remo foi visto antes de um enorme terremoto no Japão: entre as aparições que reforçam o mito desse peixe ligado a acontecimentos catastróficos está o fato de ele ter sido registrado em 2011, antes do grande terremoto que também gerou um tsunami. O Sismo e Tsunami de Tohoku, como foi chamado, é o que atingiu o reator nuclear da cidade de Fukushima, conta a entidade norte-americana.
- O peixe-remo flutua verticalmente: um dos fatos mais curiosos ligados ao Regalecus glesne é ele nadar verticalmente. Como ele é prateado, esse ato de flutuar também funciona como camuflagem, já que ele usa os reflexos da luz na água para não ser visto. Seu tamanho e formato do corpo também explicam porque seu nome está associado a um remo.
- O habitat dos peixes-remo fica nas profundezas: eles vivem nas áreas abissais dos oceanos – a chamada zona mesopelágica (águas abaixo de 1 mil metros) – sendo raramente vistos na superfície. Isso reforça o porquê de serem chamados de “peixe do fim do mundo”, já que só surgem quando estão doentes, desorientados ou morrendo, detalha a Ocean Conservancy. As mudanças nas correntes marinhas e a temperatura das águas também podem influenciar nessas aparições.
- O papel do peixe-remo no meio-ambiente ainda é desconhecido: como o ecossistema típico deste peixe é bastante difícil de ser acessado, mesmo para pesquisas, o animal ainda é pouco estudado pelos especialistas. Isso ajuda a manter os mitos em torno do peixe-remo reaparecendo de tempos em tempos
Fontes: National Geographic, g1.
Imagem: Rvalette Wikimedia.