O Instituto Reuters para Estudos de Jornalismo, da Universidade de Oxford, encomendou à Ipsos uma extensa pesquisa sobre como a população de oito países percebe a crise climática. O estudo foi realizado no Brasil, França, Alemanha, Índia, Japão, Paquistão, Reino Unido e Estados Unidos. As informações foram coletadas em novembro de 2024, com mais de mil entrevistados em cada país. Esse levantamento cruza dados com pesquisas anteriores, realizadas em 2022 e 2023, e traz uma série de insights interessantes.
Em um cenário com o acesso à informação facilitado pela internet, vemos que é baixa a proporção de pessoas que viram, leram ou ouviram qualquer notícia ou informação sobre mudanças climáticas na semana da entrevista. No Brasil, essa porcentagem é de 57%, o que nos coloca apenas atrás da França (60%). Os Estados Unidos aparecem em último no ranking, com apenas 34%.
De todos os países avaliados, o Brasil é aquele em que mais pessoas dizem ter passado por ondas de calor (76%). Em segundo lugar vem a Índia (65%). Globalmente, 63% dos entrevistados acreditam que as ondas de calor estão se tornando mais severas.
Mais de dois terços dos brasileiros acreditam que as mudanças climáticas têm grande impacto na saúde deles, de seus familiares e de outros cidadãos. De acordo com a Ipsos, esse número é bem similar ao levantado em 2023.
No panorama geral do levantamento, mais de dois terços das pessoas em todos os países estão preocupadas com o impacto das alterações climáticas nas pessoas e no planeta. Essa proporção se manteve estável ao longo dos últimos três anos. Para a Ipsos, tal dado reflete a inércia do interesse público, apesar dos crescentes desafios climáticos.
A pesquisa também destaca a ligação entre preferências políticas e a percepção sobre a crise climática. Em 2024, a preocupação entre os entrevistados inclinados à esquerda atingiu o pico de 91%. No grupo de pessoas que se identificam como de direita, 77% se dizem preocupados. Segundo o relatório, a ideologia política gera mais diferenças de preocupação do que outras variáveis demográficas presentes na pesquisa.
Fontes: Revista Galileu, Fator RH.
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil.
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