Povoado norueguês corre risco de ser devastada por tsunami

A pintura idílica de Geiranger, um povoado norueguês que mais parece uma obra-prima da natureza, esconde uma ameaça assombrosa: a iminência de um tsunami de cerca de 90 metros de altura que pode reduzir toda a região a escombros.

Este pequeno vilarejo, frequentemente visitado por turistas encantados com seus lagos de água azul e montanhas imponentes, está sob a sombra do perigo devido a uma rachadura crescente em seu fiorde.

Uma ameaça emergente

Assim como muitos povoados noruegueses, Geiranger é banhado por águas do mar que formam um fiorde, um braço de oceano cercado por majestosas montanhas.

Apesar disso, a rachadura conhecida como Åkernes, com cerca de 70 metros de profundidade e crescendo nove centímetros ao ano, tornou-se uma das mais perigosas do mundo, ameaçando desencadear um tsunami devastador.

A preocupação central é a capacidade das rochas que caem nas águas do fiorde de criar ondulações que colocariam em risco a vida dos moradores,

Para você ter ideia do poder de destruição que está por vir, vamos comparar a situação norueguesa a um desastre que ocorreu no Brasil. Em 2022, uma rocha se soltou de um paredão que cerca um lago na cidade de Capitólio, em Minas Gerais. O impacto da água atingiu as embarcações de turistas, deixando mortos e feridos.

No caso brasileiro, a rocha caiu sobre um lago. Ainda que tenha contribuído para a criação de ondas, a largura do lago também ajudou a controlar a altura e a paraça das ondulações. Por outro lado, a estrutura de um fiorde não permite essa dissipação quando uma rocha cai. Assim, a água vai se acumulando e ganhando cada vez mais altura, criando uma onda gigantesca.

Não há dúvidas que a rachadura de Åkernes continuará crescendo até se desprender das montanhas e criar o tsunami. A questão é quando isso ocorrerá. Pode ser em alguns meses, mas também pode demorar décadas. Acreditando na possibilidade de que o acidente não ocorrerá em breve, os moradores do vilarejo se recusam a ir embora.

Ainda assim, autoridades monitoram a área. Caso o pior ocorra, alarmes soarão para que a população fuja do local o mais rápido possível.

Mudanças climáticas aceleram o processo

Além da rachadura, as mudanças climáticas estão exacerbando o perigo. O derretimento do gelo nas montanhas norueguesas e o aumento das chuvas aceleram o processo natural de erosão das rochas, intensificando a ameaça para os habitantes de Geiranger.

A erosão das rochas é um processo natural — a água e o vento são agentes poderosos nesse trabalho. Todavia, as mudanças climáticas estão derretendo o gelo das montanhas norueguesas e aumentando as chuvas. Com mais água penetrando pelas rochas, o processo de erosão tem se acelerado, para o azar dos moradores de Geiranger.

Além da rachadura, as mudanças climáticas estão exacerbando o perigo. O derretimento do gelo nas montanhas norueguesas e o aumento das chuvas aceleram o processo natural de erosão das rochas, intensificando a ameaça para os habitantes de Geiranger.

Enquanto a beleza do povoado norueguês atrai olhares, a sombra do tsunami paira sobre a paisagem, recordando-nos da imprevisibilidade da natureza e das consequências das mudanças climáticas.

Fontes: Megacurioso, Multiverso.

Imagem: Getty Images/Reprodução.