Nos últimos anos, diversas cidades e estados dos Estados Unidos aprovaram centenas de políticas que restringem a venda e distribuição de sacolas plásticas descartáveis — um processo similar ao que vem acontecendo em vários outros cantos do mundo. Um novo relatório afirma que esse tipo de medida teve um grande sucesso no seu objetivo de reduzir o uso de sacos de plástico no país.
Segundo o documento produzido pelas organizações Environment America, US Public Interest Research Group Education Fund e Frontier Group, os dados se baseiam em informações da indústria e do governo para sugerir que a proibição dos sacos plásticos pode eliminar quase 300 sacos de plástico descartáveis por pessoa por ano.
Resultados impressionantes
Em comunicado oficial, o presidente do Fundo Educacional PIRG dos EUA, Faya Park, afirmou que o resultado indica que a proibição dos sacos de plástico é algo que realmente funciona. “As pessoas percebem rapidamente que é fácil viver sem sacolas plásticas e se acostumam a trazer uma sacola de casa ou a pular uma sacola quando podem”, destacou.
O relatório analisou a proibição de sacolas plásticas em todo o país, mas concentrou-se em cinco políticas representativas em Nova Jersey, Vermonte, Filadélfia, Portland e Santa Bárbara. A primeira, promulgada em 2022, teve o maior impacto, eliminando mais de 5,5 bilhões de sacolas anualmente.
As políticas nas outras jurisdições eliminaram entre cerca de 45 a 200 milhões de sacos plásticos por ano, dependendo do tamanho da população. Os pesquisadores chegaram às suas estimativas usando dados coletados por agências municipais, acadêmicos e grupos da indústria de plásticos e alimentos.
Mudanças políticas e ambientais
No total dos EUA, existem mais de 500 leis municipais que proíbem sacolas plásticas, bem como 12 proibições estaduais. Novos projetos de lei poderão surgir em breve tanto em Georgia quanto em Massachusetts. E segundo os pesquisadores, o argumento contra as sacolas plásticas é simples: elas causam poluição em todas as fases da sua vida, começando com a extração do petróleo e do gás usado para produzi-las.
Além disso, esses objetos não podem ser reciclados e, após serem usados apenas uma vez, precisam ser incinerados ou enviados para um aterro sanitário, onde podem durar centenas de anos. Notoriamente, os sacos também podem tornar-se lixo que polui o ambiente natural e mata a vida selvagem.
Os sacos plásticos, juntamente com os filmes plásticos, causam mais mortes de tartarugas marinhas, baleias, golfinhos e botos do que qualquer outro tipo de plástico. Eles também podem liberar pequenos fragmentos chamados microplásticos, neurotoxicidade e danos reprodutivos em humanos, entre outros problemas de saúde.
O relatório também sugeriu aos legisladores a proibirem qualquer tipo de sacolas plásticas e não apenas as finas. Em algumas jurisdições, identificou uma “brecha” que permitiu que as mercearias e outros retalhistas substituíssem os sacos plásticos finos de utilização única por sacos mais grossos que são nominalmente reutilizáveis — embora não seja isso que os consumidores façam. Sendo assim, ainda há um processo longo e delicado pela frente para frear a poluição.
Fonte: Megacurioso.
Foto: Getty Images.