“São medições firmes, que servirão para os empreendedores decidirem seus investimentos em toda a margem equatorial”. É dessa forma que Jean-Paul Prates, presidente da Petrobras, definiu o novo projeto eólico offshore na região da margem equatorial brasileira, realizado por meio de convênio entre o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A fala foi dita durante o lançamento do projeto, ocorrido na manhã desta sexta-feira (16), na Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern).
Prevendo um investimento de R$ 5 milhões de reais, o projeto prevê a identificação das melhores áreas de potencial eólico para fomentar o desenvolvimento de projetos de usinas e, além disso, auxiliar os fabricantes de equipamentos a dimensionarem aerogeradores, torres e fundações adequados ao perfil de vento do país.
Segundo Jean-Paul Prates, uma equipe da Petrobras responsável pelas medições da energia offshore irá chegar a Natal na segunda-feira (19), para trabalhar no projeto. O presidente afirmou que a ideia é começar a criar um centro na sede da Petrobras para discutir energia eólica offshore, tratando com empresas interessadas na área.
Ele foi um dos idealizadores do projeto, junto com Davi Alcolumbre (União Brasil-AL), senador da república. “Estamos entregando a oportunidade do nosso estado brasileiro, das nossas instituições, do setor de energia do Brasil, ter o conhecimento das nossas potencialidades”, disse Alcolumbre.
A região estudada abrange seis estados, incluindo o Rio Grande do Norte, que lidera a geração de energia eólica em terra no país, e é um dos que tem mais investimentos programados. No total, a área inserida no levantamento corresponde a 38,6% do litoral brasileiro, e também inclui os estados do Pará, Ceará, Piauí, Maranhão, Amapá e Pernambuco (por meio de Fernando de Noronha).
RN tem capacidade de gerar 140 GW
Durante mesa redonda realizada durante o evento, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), afirmou que o estado tem capacidade de gerar 140 gigawatts (GW) de energia renovável. De acordo com a mandatária, o estado tem um potencial equivalente a dez usinas hidrelétricas de Itaipu.
“Você está pisando no chão de um estado que para o nosso orgulho e alegria, detêm a melhor qualidade de recursos eólicos do mundo. No próximo ano, o RN vai completar uma década de liderança na produção de energia advinda exatamente das chamadas fontes limpas”, disse a governadora para o senador Davi Alcolumbre durante mesa redonda no evento.
Segundo Fátima Bezerra, “se dependesse só do Rio Grande do Norte, a descarbonização do planeta já estaria resolvida. Porque nós já ultrapassamos a margem de mais de 94% da nossa produção de energia advinda da chamada fonte limpa”. Durante sua fala, a gestora apontou que atualmente o RN atingiu a marcada de 7,8 GW produzidos em energia renovável, e que a previsão é de atingir 13 GW nos próximos anos. Para isso ocorrer, é dito que foi contratado uma carteira de investimentos privados na ordem de 33 bilhões de reais.
Fonte: Tribuna do Norte.
Foto: Unpash.