Diversos produtos com a finalidade de proteção contra os raios ultravioleta apresentam uma substância química prejudicial aos recifes de coral. Devido a isso, legisladores do Havaí buscam a proibição do uso desses produtos para proteger esse ecossistema, que é fundamental para o turismo da região.
Os corais não são importantes apenas para embelezar nossos oceanos. Eles formam um dos ecossistemas mais ricos e delicados do planeta, e são extremamente essenciais para a proteção de imensa biodiversidade marinha.
Contudo, esses organismos vêm sofrendo há décadas com poluição, doenças e com os efeitos do aquecimento global, que aquecem as águas do oceano e prejudicam o seu desenvolvimento. Recentemente, outro fator prejudicial para esses organismos começou a chamar a atenção dos cientistas: o protetor solar.
Um estudo realizado em 2015 por pesquisadores de Virgínia, Flórida, Israel, do Aquário Nacional americano e da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica, que foi publicado no periódico “Archives of Environmental Contamination and Toxicology“, revelou que uma substância presente em filtros solares, a oxibenzona (também conhecida como BP-3 ou benzofenona-3), apesar de ser capaz de proteger a pele humana de um amplo espectro de raios UV, é extremamente prejudicial para os corais, em muitos sentidos.
Estima-se que aproximadamente 14 mil toneladas de protetor solar são despejadas em áreas de recife de coral todo ano, sendo que esses produtos apresentam de 1 a 10% de oxibenzona em sua composição.
Em recifes de coral do Havaí e nas ilhas Virgens americanas, a concentração do produto já foi encontrada em até 30 vezes mais do que o nível considerado seguro para os corais. Por conta disso, este ano foi apresentado um projeto de lei que pode impedir o uso de protetores solares que contêm duas substâncias: oxibenzona ou octinoxato, exceto em casos de prescrição médica. O argumento é de que a proibição visa proteger o turismo local do Havaí, que depende muito dos recifes de corais com o turismo ecológico.
Os fabricantes de protetores solares ainda pedem maiores evidências científicas para justificar a proibição, É claro que nem todos os corais estão localizados próximos de áreas turísticas. Não há como negar a necessidade do uso de protetor solar para nos proteger contra a radiação ultravioleta, evitando queimaduras solares e câncer de pele. No entanto, existe uma grande variedade de filtros solares com as mais variadas composições, e muitas não incluem a oxibenzona. Portanto, é possível se proteger e ao mesmo tempo evitar danos ao ecossistema marinho.
Fontes: UOL, BBC, Econotícias.