RN se prepara para crescer na produção de energia eólica offshore

Ser protagonista na produção eólica offshore não é um sonho distante para o Rio Grande do Norte. Isso porque o governo do estado está atuando em diversos projetos no setor.

Entre eles, a criação de um novo porto dedicado à economia de baixo carbono e assim atrair a indústria que cerca o desenvolvimento de produtos que usam o hidrogênio verde.

A previsão é de que as obras desse novo terminal logístico comecem entre o final de 2024 e início de 2025.

Além disso, a governadora Fátima Bezerra aproveitou a presença de toda a indústria eólica no Brazil Windpower 2022, realizado em São Paulo entre os dias 18 e 20 de outubro pelo Grupo CanalEnergia, by Informa Markets, ABEEólica e GWEC, para assinar um memorando de entendimento com fabricantes de aerogeradores, com a Nordex Acciona e planejar a assinatura de mais um acordo, desta vez com a Siemens Gamesa, com foco na colaboração entre a indústria e o governo para troca de conhecimento e desenvolvimento de infraestrutura portuária para atendimento ao setor eólico offshore no estado, que já é o maior em capacidade instalada da fonte onshore (em terra).

A governadora Fátima Bezerra afirma que, apesar de ainda não haver um marco regulatório para a tecnologia offshore, o estado está fazendo sua lição de casa para estar preparado para o momento que a regulação chegar.

Um estudo feito pelo Senai-RN apontou que o potencial dessa fonte apenas no Rio Grande do Norte é da ordem de 140 GW. Para fins de comparação, atualmente há no Rio Grande do Norte 6,7 GW em operação onshore.

Outro estudo inovador, que deve ser finalizado ainda em 2022, é o de uma alternativa técnica e locacional para suporte da infraestrutura de transmissão para os parques eólicos e offshore.

O objetivo é determinar as portas de entrada no litoral na rede de transmissão de energia elétrica dos parques eólicos em alto mar, evitando assim, a sobreposição de atividades que têm o interesse econômico como o turismo e a pesca tradicional.

“Hoje somos exportadores de energia para o Brasil, com a offshore queremos exportar energia para o mundo, para isso estamos proporcionando a infraestrutura logística necessária com o porto indústria verde e o programa estadual de hidrogênio verde”, comentou a executiva.

No que se refere ao porto, serão 13.300 hectares destinados à retroárea focada à indústria e à logística portuária no norte do estado, na região que fica de frente aos projetos que estão em desenvolvimento, na face equatorial do Brasil.

Segundo a governadora, o modelo desse porto será via Parceria Público-Privada. Para a região Nordeste, o governo do Rio Grande do Norte quer atrair indústria relacionada a eólica offshore e hidrogênio verde, como o e-metanol, amônia e siderúrgicas que produzam com o insumo.

Outro foco é a exportação, já que a boa localização geográfica pode reduzir os custos de transporte e logística para a eólica offshore e hidrogênio.

A previsão é de que as primeiras usinas possam iniciar a operação comercial em oito anos. Mas isso ainda depende de marcos regulatórios que ainda estão em tramitação no Congresso Nacional.

Enquanto isso, o RN tem oito projetos de parques eólicos offshore atualmente em processo de licenciamento junto ao IBAMA. Também foi instituído um grupo de trabalho formado pelo Governo do Estado e pesquisadores da UFRN, Federação das Indústrias e CERNE para fazer o acompanhamento do andamento dos processos junto às empresas.

Fonte: Blog RH.

Foto: Getty Images.