A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) realizou uma vistoria nesta segunda-feira (6) no Morro do Careca. Dentre as conclusões preliminares, os técnicos perceberam que os sedimentos que chegavam na parte de trás do Morro, correspondente à Praia de Alagamar, pararam de preencher o ponto turístico e manter o morro firme. Por outro lado, há um processo lento de fechamento da vegetação, beneficiado pela proibição de subida ao local.
“Uma duna é resultado de um processo evolutivo. Ela se forma a partir do acúmulo de sedimentos que vem do mar. Lá atrás, na praia de Alagamar, esse sedimento chegava e o vento empurrava em direção à careca do Morro, e houve um tempo em que esse processo foi estabilizado com o fechamento da vegetação”, explica José Petronilo, geógrafo da Semurb que participou da vistoria.
Hoje, uma preocupação de órgãos e ambientalistas é o processo de erosão do local, com a descida de areia intensificada com o turismo a partir da década de 1970 e a subida de pessoas. Em 1997, a proibição de circulação sobre o morro interrompeu o desgaste do morro. Agora, com a areia que parou de chegar na parte de trás, os técnicos vão investigar as causas.
“Toda vez que a onda lá embaixo bate, leva um pouco de sedimento, então ela retira ali embaixo, mas em contrapartida subia sedimento de cima [da praia de Alagamar]. Na vistoria que fizemos, vimos que a vegetação está começando a se consolidar na faixa de praia e quase que não estava passando mais areia vinda do mar”, diz o servidor.
O geógrafo diz que a pasta vai realizar estudos e conversar com cientistas da área de dinâmica costeira e oceanografia para buscar entender as razões que levaram a isso. Uma das possibilidades levantadas por Petronilo vem das mudanças climáticas.
“O homem está causando algumas alterações e isso tem repercussões. Essa pode ser uma delas. Isso pode ter mexido na dinâmica natural e causado algumas dessas consequências”, cogita.
De acordo com o funcionário da Semurb, a expectativa é que com a engorda de Ponta Negra os sedimentos passem a chegar na base do morro e a erosão diminua. Com isso, se espera que a vegetação cresça mais, deixando o morro menos careca.
“Quando houve a proibição da subida no morro, a ideia era estabilizar a erosão. A gente está começando a ver que a vegetação de uma ponta a outra da careca está se aproximando. Ou seja, está começando a fechar porque o pessoal parou de subir”, diz.
Ainda assim, ressalta Petronilo, as análises feitas até o momento são iniciais. Um relatório técnico ainda será produzido para identificar se existe algum dano ambiental, obstrução, ocupação, ação humana e erosão, com as possíveis medidas necessárias para o controle da situação.
Fontes: Saiba Mais, Assessoria de Imprensa – Semurb.
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