De acordo com um estudo publicado no último dia 31, a Terra já ultrapassou 7 dos seus 8 limites para que as condições sejam seguras tanto para o planeta quanto para seus habitantes, e o motivo disso, somos nós mesmos, os humanos.
A pesquisa publicada na revista Nature é uma atualização de um famoso estudo publicado em 2009, que estabeleceu e quantificou pela primeira vez os limites seguros do planeta.
Liderado por Johan Rockström, na época, eram considerados nove critérios e a Terra já havia se excedido em três deles, nas mudanças climáticas, na perda de biodiversidade e na interferências dos ciclos de nitrogênio e fósforo.
Quanto aos outros seis, ainda não havíamos ultrapassado, mas estavam caminhando para isso, sendo necessário medidas urgentes.
Oito limites
Agora, a pesquisa de também é liderada por Rockström, sendo composta por mais 40 cientistas de todo mundo, que passaram os últimos três anos estudando os impactos da ação humana no planeta. No novo estudo os nove limites foram reorganizados em oito:
clima;
áreas preservadas/de ecossistema natural;
integridade funcional dos ecossistemas;
águas superficiais;
águas subterrâneas;
níveis de nitrogênio;
níveis de fósforo;
poluição por aerossóis
A nova pesquisa, além de trabalhar com os fatores ambientais, também passou a considerar equidade e justiça ambiental para definir os limites planetários. A atualização leva em conta as condições das populações mais vulneráveis e que são mais afetadas pelas mudanças causadas por ações humanas.
Esse aperto dos fatores mostrou que sete dos oito limites considerados seguros e justos para todo o sistema global já foram ultrapassados, curiosamente, o único que ainda encontra-se seguro é o do clima.
Mas ainda sim, os efeitos das mudanças climáticas e da poluição atmosférica matam cerca de quatro milhões de pessoas anualmente e afetam mais de 99% da superfície terrestre.
Em uma coletiva de imprensa, Joyeeta Gupta, uma das pesquisadoras envolvida no estudo, comparou a Terra com um paciente indo fazer exames de rotina. Eles apontaram um estado crítico em diversas áreas, mas não terminal.
Ainda na coletiva os cientistas convocaram governos e empresas a adotarem os limites como essenciais para a vida no planeta e comecem a trabalhar contra seus avanços.
Fonte: Olhar Digital, Fator RH